Elaboração de “Proposta de Plano de Pormenor”
Projecto III, 2019 - 1º semestre
Introdução
Numa recta final do curso de arquitectura e respectiva componente pedagógica, mas igualmente numa fase de transição para o verdadeiro exercício profissional enquanto arquitecto, o aluno deverá passar por uma experiência, onde atravessa a totalidade das fases e escalas de trabalho, de pensamento e de reflexão sobre o seu exercício profissional num qualquer contexto urbano e concreto.
Da interpretação e análise de um espaço alargado em forma de P.P. (Plano de Pormenor), dos planos de organização metodológica e preparação para uma intervenção, á materialização de uma proposta concreta de intervenção no território, o aluno desenvolverá um trabalho contínuo de análise em grupo e posteriormente numa proposta individual submetendo a sua própria interpretação ás diretivas e linhas condutoras que o grupo defina.
Assim, partindo da elaboração de uma proposta de “Plano de Pormenor”, o aluno tentará analisar uma área de estudo definida e delimitada, face a todo um conjunto de estruturas de pensamento, intervir, alterar, salvaguardar e assim propor uma linha de intervenção para a definição do território.
Este primeiro trabalho pretende uma consciência das etapas que o arquitecto deve ter em conta em todo o processo de concepção mas igualmente fazer a síntese dos conhecimentos adquiridos ao longo do seu percurso académico. Por fim a escolha de um local de intervenção, definindo um plano, um programa base, onde, ao propor no desenvolvimento do trabalho em forma de PBL, testará o plano que definiu e a sua aplicabilidade em exercício profissional enquanto arquitecto.
1-OBJECTIVOS específicos
Deverá o aluno atender aos objectivos gerais e específicos consagrados no programa da disciplina. Destes resume-se e complementa-se:
- Compreensão e o domínio da escala urbana;
- Entendimento da escala; proporção; relação vertical e horizontal do espaço e edificado, ou seja, construído e não construído, entre outros;
- Os movimentos e usos dos espaços em função do seu destino e função, fluxos e outras condicionantes;
- Compreender e dominar a métrica, a dimensão, a escala humana de cada edifício em si;
- Reconhecer os meios e ferramentas disponíveis e condicionantes legais e regulamentares;
- Materialização num plano objectivo em escala de “Plano de Pormenor”;
- Quantificação e estruturação do espaço habitável em quadros sinópticos e estimativas de custos e funcionamento;
- Materialização em plantas, perfis, demais informação tridimensional para percepção da proposta.
2-PROGRAMA
Um Plano de pormenor
O aluno, procurará um entendimento de uma área ou áreas a definir pelo docente, sua análise morfológica, sua escala, ritmos, volumetrias e em cada edifício, novamente a mesma procura pela caracterização da parte e do todo, para apresentar uma proposta de Plano de Pormenor com as respectivas peças desenhadas e escritas, bem como caracterização tipológica e funcional, ou quantificação do espaço construído proposto.
Serão definidas pelo docente, algumas áreas a serem estudadas em grupo ou individualmente e feita uma primeira proposta de intervenção individual para a área estudada condicionadas pelas linhas gerais de intervenção.
Destas áreas deverão as mesmas reportar a identidades de ocupação distintas, bem como imagens de cidade diferenciadas.
A criação de grupos de trabalho será da responsabilidade e indicação do docente PARTICULARMENTE PARA ELABORAÇÃO DA MAQUETA DE TRABALHO E DA BASE DA PROPOSTA.
Conteúdos e faseamento do trabalho
Primeira fase – Levantamento, Análise e perceção do espaço / área de intervenção e área de influência em questão. Da esc. 1/25.000 até 1/5000.
Segunda fase - Estudo preliminar de ocupação, transformação ou mera análise formal quantitativa, em quadro de áreas gerais e desenhos-base de ocupação territorial. Esc. 1/5000 e 1/2000.
Buscando referências e modelos, poderá e deverá o aluno remeter-se para uma análise comparativa/ justificativa ou de inspiração em modelos convencionais ou existentes como ponto de partida e de linha geradora da proposta. Deverá nos seus desenhos de percurso, refletir essa mesma influência ou referência de investigação.
Terceira fase, a proposta de intervenção representada nas peças necessárias ao bom entendimento do objecto e do espaço, com o pré-projecto executivo. Esc. 1/1000; 1/500 e 1/50 (perfis e espaços exteriores e de carácter estruturante da proposta)
Mês de Março Introdução ao capítulo e ao programa a desenvolver- considerações gerais;
Mês de Abril Interpretação dos programas e desenvolvimentos das propostas -estudo prévio;
Mês de Maio Acompanhamentos individual e Colectivo dos trabalhos em curso;
Mês de Junho Acompanhamento individual - Apresentação de “Casos”;
Mês de Julho Conclusão do trabalho e apresentação de Dossier para avaliação;
Pontos de situação:
Dia 27 de Março Ponto de Situação e Avaliação Intermédia Pontual Escrita
Dia 17 de Abril Ponto de Situação e Avaliação Intermédia - Levantamentos, Análise e Diagnóstico
Dia 29 de Maio Ponto de Situação e Avaliação Intermédia - Entrega Preliminar da Proposta
Dia 19 de Junho Entrega da Proposta - Formalização e Conclusão
Dia 26 de Julho Apresentações - Conclusão do trabalho
Dia 10 de Julho Entrega Final da Proposta com Maqueta e Painéis Finais - Apresentações
Dia 17 de Abril Entrega preliminar levantamentos
Folha 1- Planta de Localização e identificação da área de estudo 1/5.000/ outras
Folha 2- Planta de Apresentação com área envolvente 1/5.000/ outras
Folha 6- Planta de Zoneamento 1/5000 1/10000
Folha 7- Perfis do terreno -análise das volumetrias envolventes gerais 1/5000 / outras
Folha 8.1 e 8.2- Planta e perfis de espaços construídos 1/ 2000 1/500 ou 1/100
Folha 9- Planta e perfis de espaços não construídos 1/ 5000 / outras
Folha 10- Planta e perfis e divisão cadastral 1/ 5000 ou 1/2000
Folha 11- Planta e perfis de usos 1/ 5000 / outras
Folha 12- Planta e perfis de cérceas 1/ 5000 / outras
Folha 13- Planta e perfis de progressão horizontal 1/5000 / outras
Folha 14- Planta e perfis de progressão vertical 1/5000 / outras
Folha 15- Planta e perfis de estrutura e hierarquia viária 1/ 5000 / outras
Folha 16- Planta geral de pavimentos (parcial) 1/5000 ou 1/2000
Folha 17- Planta geral de Áreas verdes 1/2000 / outras
Folha 18- Planta geral de Condicionantes 1/5000 / outras
Folha 19- Planta geral de Infraestruturas e redes 1/2000 / outras
Maqueta de volumes esc. 1/500 Estudos
Dia 29 de Maio - Entrega Preliminar da Proposta
Folha 20- Planta de Localização e identificação da área de estudo 1/5.000/ outras
Folha 21- Planta de Apresentação com área envolvente 1/5.000/ outras
Folha 22- Faseamento de intervenção 1/5000 1/10000
Folha 23- Perfis do terreno -análise das volumetrias envolventes gerais 1/5000 / outras
Dia 26 de Julho - Entrega Final da Proposta
Folha 20- Planta de Localização e identificação da área de estudo 1/5.000/ outras
Folha 21- Planta de Apresentação com área envolvente 1/5.000/ outras
Folha 22- Faseamento de intervenção 1/5000 1/10000
Folha 23- Perfis do terreno -análise das volumetrias envolventes gerais 1/5000 / outras
Folha 24- Planta geral de Trabalho- área de intervenção- (técnica cotada; Quadro sinóptico) 1/2.000/ outras
Folha 25- Planta Vermelhos e Amarelos
Folha 26- Planta de Zoneamento Existente e proposta 1/5000 1/10000
Folhas restantes executivas e de materialização da proposta
Dia 10 de Julho Entrega Final de Semestre - Apresentações
Dossier completo - re-entrega final de todos os elementos e folhas desenvolvidas devidamente corrigidas
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1 (ao alto)
Maqueta do trabalho A definir pela escala da áreas em estudo
Peças escritas - Memória descritiva e Justificativa (Estrutura e descrição dos princípios da intervenção)
Maqueta da área de intervenção PROPOSTA 1/500 (com alçado)
(painel-formato digital, pdf enviado por email até dia de entrega, 12:00- uma.nunooliveira@gmail.com)
O Regente de projecto
(Nuno Oliveira, arquitecto)
Anexo 1
Desenvolvimento - Orientações para o desenvolvimento do trabalho
(Texto complementar)
Peças desenhadas- (Dossier A2)
Peças desenhadas- (Dossier A2)
O dossier, entenda-se como sendo um conjunto de informação num determinado formato, optado neste caso pelo docente por – A2, que resulta de um trabalho contínuo, onde esteja reflectida a evolução do mesmo e consequentemente do aluno.
Todo o trabalho deve constar dos desenhos impressos, dos esquissos, dos pensamentos e toda a informação que o aluno tenha materializado e organizado em formato A2 “ao baixo”. Poderá o aluno em folhas normalizadas compilar noutros formatos, de início do trabalho, mas deverá servir-se das impressões para evoluir e registar todas as alterações á proposta.
Desta informação, deve o aluno atender ás relações iniciais de implantação da proposta com a envolvente, em várias escalas de trabalho bem como todo o desenvolvimento em plantas, cortes, alçados ou meras e referências desenhadas.
No final e em resultado da evolução do trabalho, o estudo da ocupação do território, das condicionantes legais e regulamentares, resulta em pormenores de execução em esquisso, sinal de uma reflexão da evolução do conceito do projecto até á sua materialização.
Deverá numa fase anterior á entrega apresentar propostas de pormenorização sobre as vias estruturantes e secundárias que organizam e melhor condicionam a proposta.
De uma escala geral da proposta o aluno escolherá uma parte do mesmo e desenvolverá sucessivamente até ao estudo a 1/200 de um qualquer espaço edificado. Deverá nesta última fase do trabalho, compilar toda a informação e comprovar o seu entendimento em registos contínuos. Malhas estruturantes, plantas, cortes ou outros elementos gráficos, são alguns elementos que se prevê como ilustradores desta escala de trabalho e o culminar de um percurso desde os estudos preliminares ao projecto de execução da escala urbana.
Para melhor compreensão da proposta, mas igualmente para justificar e compreender a análise feita pelo aluno sobre o território escolhido, será oportunamente apresentado e fornecida uma lista e explicação das peças desenhadas utilizadas como orientação e minuta para o desenvolvimento do trabalho.
Peças escritas
Peças escritas
Uma memória descritiva e Justificativa deverá começar por descrever física e volumetricamente a proposta, mas não esquecendo a coerente justificação de todo o processo. Deverá a mesma ser acompanhada por imagens que ilustrem de uma forma clara o discurso. Imagens do local e da envolvente, fotos de maquetas, imagens de referência, perfis e ângulos na escala humana e urbana que permitam o melhor entendimento da proposta e principalmente na relação do indivíduo ao espaço urbano.
Um conceito, uma ideia ou um conjunto de ideias que foram sendo registadas ao longo do processo, ilustradas por desenhos de percurso, e concluindo a mesma memória num pequeno caderno de encargos descritivo sobre “O conceito de cidade”.
Não esquecer a abordagem a questões técnicas como redes ou subsistemas como eletricidade, rede hidráulica ou outra.
De salientar que em todo o discurso e na sequência das matérias apreendidas, o aluno deverá explicar a relação da proposta com as condicionantes programáticas, a relação da mesma com o seu contexto. O ambiente, o clima, a exposição solar ou até os materiais utilizados, sejam estruturais ou de revestimento, sempre numa perspectiva de entendimento e relação da proposta com o contexto.
A escolha de paramentos ou pavimentos, pode ser variada para desmontar os conhecimentos adquiridos, ainda que a opção seja uma apenas, mas demonstre por comparação o entendimento do processo e material escolhido.
Maqueta
Maqueta
Uma maqueta de estudo não é mais do que uma forma de entender volumetricamente e espacialmente o estudo e a proposta. Na escala de trabalho a 1/500 ou outra que melhor se adeque á área em questão deverá atender ás relações com o “sítio”- a envolvente directa ou em determinados casos recorrendo ao sky-line, condicionantes espaciais mais alargadas, sendo que a mesma, deve ser claramente reflexo desse estudo. Para esta escala, qualquer material, seja leve e fácil de trabalhar serve o propósito.
Nesta segunda maqueta de proposta final deverá então ter atenção ás aberturas, proporção e expressão volumétrica e dos materiais utilizados. Deverá usar para este caso, Kline, ou placas de “esferovite”, cartão ou outro, mas que possibilite a percepção do ritmo de aberturas, relação volumétrica dos vários pisos e corpos, e principalmente a relação do objecto com a escala humana.
Peças desenhadas- (Painel A1)
Peças desenhadas- (Painel A1)
Numa perspectiva de materializar e sistematizar os conhecimentos adquiridos, um trabalho de final de curso requer um especial cuidado na apresentação e síntese da proposta. A capacidade do aluno em desenvolver uma proposta, mas igualmente apresentar, justificar, e argumentar com um discurso seu, coerente e organizado faz parte dos objectivos pedagógicos e académicos.
Igualmente numa perspectiva de levar a um conhecimento público o produto do ensino que se pretende de qualidade, organizamos várias sessões de apresentação das propostas em avaliação contínua, em aulas informais e será o mesmo trabalho apresentado em formato final em sessão própria e formal.
Assim, pretende-se a apresentação de um painel, como resumo do trabalho e sendo fornecida uma minuta de orientação com rosto em que o aluno por sua escolha e decisão organiza o conteúdo. A capacidade de síntese, bem como a qualidade e conteúdo do trabalho e produto final, será a última apreciação a resultar numa avaliação anual.
Dois painéis são o sugeridos para apresentação da proposta.
O primeiro, um resumo com a identificação da intervenção, localização e implantação traçam os primeiros riscos, esboços, linhas geradoras e orientadoras do trabalho. Uma ou outra imagem da referência ou de uma representação expressiva das linhas de força da proposta. Cheios/vazios; massa construída/ arruamentos; espaço público ou espaço privado, entre outras formas de representação.
Planta, corte e alçado a uma escala 1/2000 a 1/500, um ou outro pormenor ou esquisso, fotos de referências, ou outros elementos resumem e servem de base para uma apresentação e exposição oral da proposta.
Um segundo painel, pretende materializar a uma escala superior os estudos efectuados. A uma escala de execução do plano-1/1000 e partes representadas a 1/500 ou superior, justificam e exemplificam a possível execução e materialização da proposta. Perfis de arruamentos e relação da escala humana com o edificado, são elementos fundamentais para compreender a proposta. Não deverá ser, no entanto, esquecida a componente de síntese, onde parágrafos, “palavras chave”, ou identificação, ilustram cada peça.
O Regente de projecto:
(Nuno Oliveira, arquitecto)
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