outubro 20, 2019

Programa 5º Ano- Proj III, UMA 2019

Disciplina:                       PROJECTO III
Unidade curricular:       Anual, 5º Ano, Teórico-prática
Ano Lectivo:                    2019- 1º e 2º Semestre
Regente:                          Nuno Oliveira M, Arquitecto
Docentes:                        Nuno Oliveira / Ilídio Daio, Arquitectos
Carga horária:                9h semanais Teóricas-Práticas

Introdução
“O acto de projectar em primeira instância, resume-se á representação gráfica de uma qualquer solução volumétrica, espacial, com relações intrínsecas da própria proposta, mas igualmente com o meio que a envolve. O contexto físico, social ou económico, as condicionantes programáticas ou eventuais especificidades do programa em si, traduzem-se numa panóplia de regras e orientações que no seu todo se transformam em projecto, em obra e num pequeno mundo, parte de uma cidade... de uma identidade.”

“No entanto, este acto que não se limita a ser uma mera representação, isenta de “alguma conceptualidade”. É na realidade um acto erudito, de pensamento, de estruturação coerente, de um caminho de intervenção, de um fio condutor, de uma sequência de raciocínios que condicionam eles mesmos o produto final.”

“Numa etapa final de aprendizagem académica, o aluno deve essencialmente materializar os conhecimentos e a aplicação prática destes mesmos conhecimentos adquiridos, num exercício qualquer, real, materializável, construível e por isso, síntese de um percurso académico e transição para o verdadeiro exercício profissional do arquitecto.
Não pode por fim, este ponto de síntese, ser isento ou autónomo de uma interdisciplinaridade onde as construções ou o seu sistema construtivo em si, as redes e subsistemas existentes tornam uma vez mais parte integrante da complexidade do exercício, pelo que a relação com as demais disciplinas será de todo importante”

Será, pois, este o tema e o mote para o programa de Projecto do 5º ano do Curso Superior de Arquitectura.
In , escritos , Nuno Oliveira M.

1-OBJECTIVOS (Objectivos gerais)
“O saber”
Numa primeira abordagem pretende esta disciplina fazer uma síntese dos amplos e básicos conhecimentos adquiridos, possibilitando assim a revisão de conhecimentos e conceitos básicos de intervenção.

 “O projectar”
Através dos aspectos técnicos, dos materiais e sua aplicação, das regras de representação gráfica e nomenclaturas aplicáveis, pretende-se que o aluno sintetize esses conhecimentos e desenvolva na materialização e criação da forma que o seu desempenho profissional enquanto arquitecto o exige. Entenda-se “forma” pela materialização em várias escalas, desde as regionais á escala de execução, desde o entendimento do espaço urbano global, habitado, ao espaço mais restrito e de um universo mais definido.
Assim se traduz este ano de síntese: 
Uma análise á escala urbana através da realização de uma proposta para um plano de pormenor no 1º semestre, ou um exercício concreto de um equipamento, no caso do 2º semestre.

“O executar” - “O entendimento da obra
Por fim, a percepção e cruzamento da informação adquirida traduz-se numa proposta concreta.
Um projecto é um meio, é um estudo que tem por objectivo máximo a sua materialização. Para isso, a justificação do percurso, de todo o raciocínio, da coerência do mesmo percurso em função de um conceito ou definição de um objectivo inicial/final, resume a capacidade do aluno desenvolver qualquer programa, qualquer proposta de intervenção concreta. A obra neste caso traduz-se na operacionalidade do plano e do projecto, na exequibilidade e materialidade do mesmo.

 (Objectivos específicos) - 1º Semestre
-      Numa primeira fase mas no culminar do trabalho de síntese que se pretende de um ano conclusivo do curso de arquitectura, a compreensão e o domínio da escala urbana, das relações de cumplicidade entre o indivíduo e a cidade ou a urbe em movimentos pendulares, fluídos, paralelos ou inversos e quotidianos, entre outros;
-      Numa perspectiva de entendimento destas convivências entre o espaço e o indivíduo, a escala em si, a proporção, a relação vertical e horizontal do espaço, a volumetria e densidade do espaço vazio e do espaço habitado ou urbanizado;
-      Os movimentos e usos dos espaços em função do seu destino, função, característica morfológica ou as imposições de regras que condicionam e organizam o seu comportamento e vivência ou identidade sócio urbana;
-      Compreender e dominar a métrica, a dimensão, a escala do espaço urbano no primeiro semestre e do edifício em si no segundo semestre, com toda a quantificação, definição espacial e materialização em propostas de ocupação do espaço, suas implicações, suas relações;
-      Reconhecer os meios e ferramentas disponíveis e condicionadoras legais e regulamentares, objectivando a sua aplicação e sua implicação no acto de projectar. Planos Directores Regionais e Municipais, Plano de Pormenor ou de Urbanização, Salvaguarda ou outros instrumentos como regulamentos, normas aplicáveis, legislação urbana e civil que venham a condicionar e importar na decisão e no desenho  do espaço e por consequência no uso do mesmo pelo individuo.
-      Por fim, a capacidade em materialização num plano objectivo em escala de “Plano de Pormenor” atendendo a todas as relações com o espaço existente, o seu contexto, as suas inter-relações e os seus condicionalismos ou especificidades.
(Objectivos específicos) - 2º Semestre
-     Nesta última etapa de aprendizagem, dotar o aluno de uma capacidade de síntese em torno de um programa ou proposta concreta de intervenção ao nível do projecto de arquitectura.
- Dotar o aluno de uma visão global do edifício, relacionando a forma e os processos adjacentes à obtenção dessa formaA função, o programa, as condicionantes específicas de ambos e consequentemente, das potencialidades e possibilidades de execução para um melhor produto final.
-Recolher informação o mais ampla e alargada possível sobre os materiais, sua aplicação e execução, ficar sensível ás alternativas que os diferentes materiais e sistemas oferecem, bem como ter a consciência da capacidade de execução em obras e objectos materializados. Demonstrar assim no projecto final, uma síntese de todas estas questões.
-Deverá o aluno reconhecer na obra feita à escala do objecto ou edifício os processos de execução e ter uma noção geral, mas clara da sua aplicação em situações similares, muito particularmente sobre as artes de especialidade, sua sequência e inter-relação.
-Num sentido mais prático, dar resposta às propostas de trabalho apresentadas pelos docentes no cumprimento dos critérios pré-estabelecidos, bem como rigor na sua apresentação e execução. Esta materialização será conseguida pela elaboração de exercícios práticos como prova dos conhecimentos assimilados, consagrados no presente programa e respectivo enunciado.
-Deverá o aluno ser capaz de compilar os conhecimentos em dossier contínuo de trabalho, para que estes sirvam de base ou orientação para o seu próprio desempenho profissional. Um projecto desde a fase de “Estudo prévio” ao “Projecto de execução”, elaboração das “Peças desenhadas e descritivas” do “Caderno de Encargos”, auxiliado pela e na disciplina de Construções.

-Por fim, deverá o aluno elaborar uma compilação em dossier próprio de todo um projecto de arquitectura e especialidades e outros elementos essenciais para início da mesma construção como trabalho final de apresentação.

2-PROGRAMA- 1º SEMESTRE

Numa primeira aula geral de conhecimentos amplos sobre o acto de projectar, será apresentada quer a metodologia de abordagem do docente, quer numa perspectiva de entendimento das matérias propostas, uma revisão de conceitos e articulação de pensamentos sobre o espaço urbano a várias escalas.

PARTE I - Um Plano de pormenor
O aluno, procurará um entendimento de uma área a definir pelo docente, sua análise morfológica, sua escala, ritmos volumétricos gerais do espaço e do contexto. Para cada edifício, novamente a mesma procura pela caracterização “da parte“ e “do todo” para apresentar uma proposta de intervenção numa determinada área em forma de estudo prévio.
Esta intervenção final em forma de “Proposta para Plano de Pormenor”, terá como resultado uma apresentação formal das peças desenhadas e acompanhadas de um pré regulamento que inclua um quadro sinóptico e demais elementos solicitados e constantes em enunciado próprio.
Serão apresentadas aulas de prelecção teórica sobre a matéria e escala de trabalho, resultando numa aplicação e materialização do trabalho e da proposta em função dessas aulas de referência.

Numa primeira fase o aluno dispensará atenção á análise e percepção do espaço em questão. Da esc. 1/25.000 até 1/5000.

Numa segunda fase, um estudo preliminar de ocupação, transformação ou mera análise formal quantitativa, em quadro de áreas gerais e desenhos-base de ocupação territorial. Esc. 1/5000 e 1/2000.
Buscando referências e modelos, poderá e deverá o aluno remeter-se para uma análise comparativa/ justificativa ou de inspiração em modelos convencionais ou existentes como ponto de partida e de linha geradora da proposta. Deverá nos seus desenhos de percurso, reflectir essa mesma influência e investigação.

Numa terceira fasea proposta de intervenção representada nas peças necessárias ao bom entendimento do objecto e do espaço, com o pré-projecto executivo. Esc 1/1000; 1/500 e 1/50 (perfis e espaços exteriores e de carácter estruturante da proposta)
2-PROGRAMA - 2º SEMESTRE

PARTE II - Um equipamento urbano
Os alunos, tendo desenvolvido um trabalho semestral no mesmo ano académico, a uma escala urbana de reestruturação ou intervenção ao nível do desenho planeamento em forma de “Plano de Pormenor” ou “Plano de Urbanização”, deverão dar continuidade á mesma proposta, onde supostamente incluíram uma ocupação programática de um equipamento urbano público. A relação e conhecimento da área em questão deve, pois, ser refletida no trabalho e na proposta, justificando as relações divergentes e convergentes do “equipamento” para o território.
Poderá, no entanto, o aluno recorrer a uma área de intervenção diferente dentro da sua proposta de Plano, sendo o entendimento destas relações com o “sitio”, entendidas e dadas como adquiridas e por isso imposição em justificar a proposta perante estas mesmas relações e condicionantes.

Pretende-se que o aluno seja capaz de desenvolver e sintetizar os conhecimentos, materializando os mesmos numa proposta de intervenção para um determinado local identificado, tendo como ponto de partida um programa base proposto pelo mesmo e subscrito pelos docentes.
Um hospital, um centro cultural, uma escola, um posto de polícia ou um equipamento social são alguns exemplos temáticos sugeridos.

A escolha do equipamento deverá ser sustentada pela necessidade devidamente justificada e contextualização da proposta, bem como dimensionamento da mesma segundo as condicionantes físicas da área de intervenção escolhida e das conclusões resultantes do trabalho do 1º semestre. 
Deste equipamento, as relações urbanas, físicas e volumétricas, os tráfegos, os fluxos, as relações de escala na proposta e desta com a envolvente mais próxima e imediata, são igualmente um dos critérios de análise e de avaliação na proposta apresentada.

Será apresentado enunciado próprio para cada um dos trabalhos a desenvolver em cada semestre.

CONTEÚDOS E FASEAMENTO DOS TRABALHOS
1º Semestre

Mês de Março                Preleção e Apresentação do programa e conteúdos
Mês de Abril                   Levantamentos, Interpretação dos programas temáticos e desenvolvimentos das            propostas ao nível do estudo prévio;
Mês de Maio                  Proposta de Intervenção - Acompanhamentos individual e Colectivo dos trabalhos em curso;
Ponto de situação e avaliação intermédia
Mês de Junho                 Formalização e Conclusão. Acompanhamento individual - Apresentação de “Casos”;
Mês de Julho                  Apresentações e Avaliações. Conclusão do trabalho e apresentação de Dossier a avaliação;
                                           Avaliações Finais e correções pontuais do material em avaliação.
2º Semestre
Mês de Agosto               Introdução ao capítulo e ao programa a desenvolver- considerações gerais;
Mês de Setembro         Interpretação dos programas temáticos e desenvolvimentos dos projetos individuais- Programa base, organigrama funcional e pré proposta de projeto;
Mês de Outubro            Proposta de Intervenção. Acompanhamentos individual e Colectivo dos trabalhos em curso;
Ponto de situação e avaliação intermédia
Mês de Novembro        Formalização e Conclusão. Acompanhamento individual - Apresentação de “Casos”;
Mês de Dezembro         Apresentações e Avaliações Conclusão do trabalho e apresentação de Dossier a avaliação;
                                           Avaliações Finais e correções pontuais do material em avaliação.

3- METODOLOGIA

Serão leccionadas aulas teóricas no sentido de fornecer ao aluno os conhecimentos básicos sobre a concepção do projeto e suas condicionantes.

As aulas práticas, tem como objectivo o acompanhamento das propostas a desenvolver individualmente ou pela apresentação de cada proposta ao grupo de trabalho.

Para o cumprimento dos objectivos traçados, toda a matéria deverá ser orientada num sentido de aplicação prática dos conhecimentos, materializando em imagens e representações gráficas desde o projecto e acto conceptual, á materialização da proposta construída. Plantas; cortes; alçados; pormenores; imagens por analogia ou por referência; imagens de obra e execução dos trabalhos e artes constantes em todo o processo.
A visualização de casos práticos em obra, permitem ao aluno a percepção e interiorização da aplicação dos conhecimentos adquiridos. Para este cumprimento, atenda-se á calendarização dos trabalhos, seus objectivos próprios, conteúdos e demais informação aí constante, bem como a presença em aulas informais de “apresentação de casos.”

Numa primeira fase, o contexto do projecto (versos) cidade, uma análise metodológica sobre o acto de projectar e representar.
Um segundo espaço de discussão colectiva de todas as propostas, no sentido de abranger o máximo de conhecimentos sobre os programas escolhidos. Despoletar a discussão e o trabalho em grupo e colectivamente proporcionar uma troca de informação e transferência de saberes vem incitar a um bom relacionamento profissional, ético e pessoal.
Numa terceira fase, uma sistemática apresentação de “casos” e referências que servirão de amadurecimento do discurso de arquitectura, e representarão um incentivo á pesquisa, e á qualificação da proposta individual através da referenciação de casos conhecidos.

A par desta fase e em complemento, o aluno, desenvolverá um contínuo materializar em entregas intermédias e apresentações parciais do decurso dos trabalhos.

Por fim um período de compilação, sistematização e materialização de todo o processo em dossier próprio, e painel de apresentação. Maquetas e outras formas de representação ou ilustração da proposta serão fornecidas pelo aluno e avaliadas em sessão aberta a definir.
  
4-AVALIAÇÃO - critérios de avaliação
Assiduidade e trabalho desenvolvido em contexto de aula;
Apresentação, qualidade plástica e formal da entrega;
Normas e objectivos traçados. Cumprimento do programa e enunciado dos trabalhos;
Criatividade.

Assiduidade
- Será feita uma chamada no mínimo por aula, confirmando a presença do aluno, pelo que no final deverá o mesmo ter cumprido a presença mínima nas aulas sejam elas práticas ou teóricas. Desta presença mínima, entenda-se como obrigatoriedade de presença total do ano lectivo ou semestre em 2/3 da totalidade das aulas leccionadas, resultando o incumprimento na inevitável exclusão do processo de avaliação contínua, não podendo, no entanto, as faltas em 1/3 corresponderem a um espaço contínuo, impedindo o critério de avaliação contínua e perda das matérias teóricas necessárias ao bom desempenho do aluno;
O rigor das datas da entrega será tido em conta não só para avaliação do respectivo trabalho como na avaliação pessoal, anual e final do aluno. O não cumprimento de datas formais de entrega implica a imediata exclusão do processo de avaliação contínua;
- O trabalho avaliado no final do semestre vai ter em conta a participação e desenvolvimento durante as aulas práticas;
- A entrega de todos os trabalhos referidos em anexo e nos moldes apresentados, é vinculativa e necessária para a aprovação á disciplina;
- A não entrega do trabalho ou entregas intermédias, ou alguma solicitação de trabalho por parte do docente ou etapa em tempo oportuno, importa na avaliação contínua do aluno e respectiva assiduidade.
Apresentação, qualidade plástica e formal da entrega
Rigor de apresentação do trabalho ao nível gráfico e visual bem como cumprimento do estabelecido nos objectivos do programa e dos trabalhos a realizar ao nível do conteúdo e qualidade do mesmo.
Normas e objectivos traçados. Cumprimento do programa e enunciado dos trabalhos
Cumprimento das normas estabelecidas no início do trabalho como apresentado em programa preliminar do mesmo, desenvolvimento e conclusão deste.
Criatividade e qualidade conceptual e formal da proposta
Criatividade e objectividade nos exercícios propostos. Particularmente, a capacidade e objectividade de abordagem do tema escolhido e cumprimento dos objectivos traçados pelo aluno no mesmo trabalho. Ainda consta o acompanhamento dos trabalhos em curso em regime de avaliação contínua numa constante procura estética, conceptual e formal da proposta.
Critérios de avaliação pontual
- Acompanhamento dos trabalhos em curso em regime de avaliação contínua;
- Frequência- Apresentação da proposta final em data a confirmar conforme o calendário anual da instituição.
- Elaboração de um trabalho prático segundo faseamento aprovado para o presente ano lectivo e em enunciado próprio;
- Apresentação e defesa pessoal dos trabalhos. Esta, é OBRIGATÓRIA E INDIVIDUAL EM DATA A MARCAR PELO DOCENTE. A NÃO APRESENTAÇÃO IMPLICA A NÃO ACEITAÇÃO DAS REGRAS PRÉ ESTABELECIDAS SIGNIFICANDO A EXCLUSÃO DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA.

MOMENTOS PONTUAIS DE AVALIAÇÃO E ENTREGAS
Dia 06 de Abril               Entrega preliminar levantamentos
                                           Prova de Situação e Avaliação Intermédia Pontual Escrita
Dia 27 de Abril               Entrega Final levantamentos
Dia 18 de Maio              Entrega Preliminar da Proposta
Dia 06 de Julho              Entrega Final da Proposta
Dia 12 de Julho              Apresentações 
Dia 13 de Julho              Apresentações
Dia 19 de Julho              Apresentações
Dia 20 de Julho              Entrega Apresentações
Dia 10 de Agosto           Entrega Final de Semestre com Maqueta e Painéis Finais
Calendário de 2º semestre a apresentar oportunamente
5-BIBLIOGRAFIA 
(...). Será entregue oportunamente uma lista anexa em função dos livros disponíveis na biblioteca da Instituição.
Outra bibliografia que o docente entenda no decorrer das aulas.
6-ANEXOS 
Poderá ser fornecida informação ao aluno e documentação complementar nos moldes que o regente entenda oportuno.

O Regente de Projeto III

(Nuno Oliveira, Arquitecto)

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