O território e o seu planeamento.
1- “Planta de zonamento”
A planta de zonamento torna-se importante na análise de um território porquanto tenta caracterizar o mesmo em suas diferenças a vários níveis. Esta caracterização poderá ser meramente funcional, densidades várias, tipologias, inter-relações com as condicionantes encontradas da área de intervenção ou mesmo da área de influência, (frente a uma via principal, junto de uma linha de água ou barreira natural, atravessada por..) ou, igualmente, a necessidade de diferenciar morfologicamente o terreno, as construções, o seu volume ou organização. Por exemplo, numa área preferencialmente habitacional, podemos encontrar várias identidades ou sub-identidades, como habitação isolada ou geminada ou colectiva, ou a própria estrutura viária e cadastral organizada, articulada e consolidada em comparação com outra área mais desarticulada e orgânica, por consolidar, por rematar.
São este tipo de análises que nos permitem ter uma melhor noção de como se distribui e caracteriza o território físico, social e vivencial, ás vezes com nuances ténues, mas importantes na sua comparação e entendimento. Igualmente, esta análise nos pode ajudar para poder intervir e propor alguma alteração, seja a nível de distribuição populacional, densidade, fluxos, implementação de áreas de lazer, introdução de outros carácteres funcionais como comércio ou serviços que vão dar resposta ás carências sentidas pela análise efectuada. Poderemos com isto movimentar, reduzir, aumentar os índices, as taxas de ocupação, e mesmo prever uma progressão horizontal ou vertical do espaço construído num espaço de tempo mais ou menos controlado.
Numa primeira fase, esta proposta de zonamento deverá ser sensitiva e empírica cruzando a informação a outros níveis e obtendo assim um mapa tanto quanto possível que distinga áreas, quarteirões ou zonas que obedeçam a uma identidade qualquer.
Num segundo plano verificar através de todo o crivo, de toda análise parcial efectuada se a primeira proposta está adequada e se materializa nas observações efectuadas.
Por fim com a ajuda do mapa sinóptico a par de toda a análise efetuada, como apontada no índice, virá retificar, comprovar ou corrigir a primeira proposta apresentada.
2- “Quadro sinóptico” sentido e objectivo
O quadro sinóptico vem transformar uma análise inicialmente empírica e sensitiva do território numa medição ou quantificação mais objectiva e real da ocupação do território, sua distribuição, sua caracterização e confere resultados não só mais credíveis como uma ferramenta indispensável para com a intervenção propormos uma correcção e alteração no uso dos espaços.
O tipo habitacional quantificado pelo número de fogos e sua tipologia, por exemplo, oferece-nos uma imagem mais real da necessidade que temos em intervir no estudo de fluxos produzidos, seja de pessoas ou viaturas. A fixação da população, a caracterização dessa mesma população ou pela análise fria dos resultados, podermos adiantar propostas de inclusão funcional no território e numa área mais restrita com o quarteirão ou o bairro, colmatando essas carências e reduzindo a relação de convergência e divergência entre quarteirões ou áreas definidas, corrigindo a sobrelotação e inter-dependência de fluxos nas vias primárias como no caso de Luanda frequentemente acontece.
Por outro lado, a convivência funcional das cidades ou a coexistência de vários carácteres funcionais, torna a cidade mais equilibrada, mais articulada e menos concentrada e segmentada, provocando uma vez mais a dependência exacerbada das artérias estruturantes da cidade já por si precárias.
A quantificação assim fria e objectiva permite-nos obter uma ferramenta fundamental para análise e propostas de intervenção ao nível territorial.
Por fim, não esquecer que a materialização em quantificação de áreas distintas por método analítico e comprativo permite-nos ter uma imagem mais real da caracterização do território. Deverão ser escolhidas, área distintas ao nível funcional, mas igualmente áreas que pela sua caracterização morfológica ou ocupacional apresentem inicialmente semelhanças. A diferença ténue vem demonstrar igualmente a importância desta análise sinóptica para com rigor as diferenciar e compreender nas suas prestações singulares ao território e sua ocupação.
Não esquecer ainda que, como vem sendo dito, a escala do plano Director ou planos mais abrangentes como regionais ou estudos mais dirigidos ás redes ou infraestruturas, ou estudos económicos de distribuição da população, não contemplam aspectos de extraordinária relevância na resposta ás necessidades da população como a relação do indivíduo com espaço em termos emocionais e sociais. É a escala do plano de pormenor que integra e introduz a escala humana e a relação do indivíduo com o espaço. Assim esta análise cruzada com estudos mais sociológicos, sociais e culturais, vem dar uma melhor riqueza e melhor adequação dos instrumentos ao dispor do arquitecto e urbanista para a distribuição do indivíduo no território.
3- “Áreas construídas” e “Áreas não construídas” relação com a estrutura viária e planta cadastral
Uma análise muito sintomática no território africano como grandes cidades e grande massificação da população sem uma distribuição controlada no território, carece de um estudo objectivo sobre tipologias, densidades e como resolver os aspectos essenciais como redes e infraestruturas. É na aplicação de propostas e modelos que muitas vezes se perde a noção de realidade e de viabilidade das intervenções. Uma análise morfológica do território, das construções e não construções, da relação de espaços construídos e não construídos entre si, que percebemos muitas vezes a relação do indivíduo com o espaço. O lote, o logradouro, a construção primária e secundária, a largura e escala de rua, do lote, do passeio, A avenida, beco, passeios ou inexistência destes, alinhamento de fachadas e de divisões cadastrais, que cruzado com um mapa de espaços construídos e não construídos oferece um instrumento de trabalho fundamental para a reestruturação e redesenho das frentes urbanas e por consequência da relação do espaço publico, com o privado. Assim a escala do individuo será certamente mais compreendida e mais socialmente caracterizadora desta relação. Sabemos que o crescimento desordenado e não controlado, traduz-se numa apropriação do espaço público e semipúblico sem muitas vezes ser sequer identificado como tal na relação individuo/ espaço. Com a característica de ocupação do espaço urbano consolidado de carácter colonial e transformação num espaço desarticulado, híbrido, imperceptível de caracterização tipológica a mesmo quantificação de numero e tipo de habitantes, fruto da conjuntura política e social, vem em primeira instancia desenhar novos modelos de convivência social e de vizinhança, como por em causa modelos apriorísticos originários que se tornam incompatíveis até ao nível jurídico e de aplicabilidade de regulamentos e da lei de ocupação dos espaços.
O quintal, a casa dos fundos, os espaços dependentes, a relação de interioridade, a relação do habitante com o espaço privado e comum, é agora desenhado com outros contornos. Só uma análise objectiva destas diferenças e característica de ocupação dos espaços, poderá compreender e propor nova forma, nova regulamentação ou instrumento legal de atribuição de propriedade cadastral.
4- importância da divisão cadastral em si- Relação com a área de implantação, de construção e de impermeabilização.
Neste sentido, a noção do limite cadastral torna-se fundamental para este entendimento. A pré-existência e as condicionantes na intervenção ou proposta de atuação. Os limites, as entregas ao espaço publico, a coexistência de fracções no interior do quarteirão e os acessos a fogos em logradouros, perfeitamente definidos e consequente uso do espaço comum, é uma realidade em cidades com Luanda.
Saber os limites, quantificar as áreas, os índices, o número de habitantes e a relação de parentesco entre estes habitantes, tem demonstrado uma caracterização específica da população residente.
A ocupação por exemplo em lotes unifamiliares isolados do tempo colonial, agora transformados em conjuntos de fogos quase em propriedade horizontal onde o espaço comum corresponde ao antigo logradouro da habitação primária, vem introduzir um novo modelo, mas igualmente imperar numa articulação com o regime de propriedade predial e cadastral e consequente levantamento desta mesma realidade com fim á definição do património provado Luandense.
A ocupação do logradouro com áreas superiores de construção ou até relegando para secundaria a construção primária, a elevação das empenas nos acrescentos e anexos. A relação entre os espaços dentro do lote invertendo o sentido de divergência da habitação primária, e a pouca relevância do espaço de quintal ou jardim em benefício de mais espaço interior, coberto, habitável destrona e desidentifica a característica do lote habitacional isolado.
Neste caso a impermeabilização total do lote e desidentificação da hierarquia das construções vem dar novo sentido a uma total ocupação do espaço de lote em função das necessidades ou mesmo das vontades e vivencia do espaço dentro do lote.
5- “Progressão horizontal e vertical”
Algumas cidades como Luanda, tem fundamentalmente dois tipos de evolução no seu desenvolvimento que importam ao nível da análise do crescimento territorial e que a leitura deverá ser paralela e complementar como base para uma proposta coerente e sustentável para estruturação do território.
Estes crescimentos, horizontal e vertical (cérceas e volumetrias - Dimensão e escala de ocupação ao nível da impermeabilização de solos), que claramente ganham significado num tempo perfeitamente identificável, normalmente estão associados a algum fenómeno ou períodos como:
- Mero crescimento ao longo do tempo e das vias de comunicação de entrada e saída de urbes de maior ou menor dimensão (veja-se a cidade medieval amuralhada, ou todas as cidades da antiguidade histórica e clássica);
- Implementação de equipamentos em locais periféricos ou centrais, mas marcantes ao nível de dependência da população para com os mesmos (veja-se a implementação das ordens mendicantes de séc. XII , os terreiros onde apregoavam a palavra religiosa, ou num sociedade moderna, as catedrais- Teatros e cinemas do séc. XX de Alvar AAlto ou os equipamentos públicos no urbanismo contemporâneo);
- O espaço de trocas comerciais - as feiras (veja-se as praças medievais, os mercados, os entrepostos, e na sociedade moderna e actual como os mercados formais e informais de Luanda);
- Implementação de vias estruturantes como o caminho de ferro (veja-se o crescimento das cidades pela implementação de apeadeiros ou estações de comboio);
- Crescimento económico fruto de conjunturas e políticas a vários níveis; Conjuntura social ou políticas de crescimento e dinamização da economia; meramente crescimento populacional e reflexo no crescimento da população ativa e produtividade nacional, ou ainda
- Fenómenos como a melhoria substancial das condições de vida e de saúde das populações. O combate ás doenças, o acesso ás condições de higiene e prestação de cuidados de saúde, refletem-se na taxa de natalidade, taxa de mortalidade e mortalidade infantil ou mesmo nível médio de esperança de vida e consequentemente distribuição etária nacional e classificação ou caracterização da população ativa;
- Por último, mas não sendo o último exemplo possível, o êxodo rural e afluência ás cidades impondo a criação de cidades satélite, centralidades, dormitórios urbanos, que se impuseram, mas marcaram um carácter identitário próprio e muito particular;
- Entre muitos outros fatores mais particulares, mas condicionadores do crescimento e desenvolvimento das cidades.
Um crescimento horizontal proveniente da sucessiva ocupação do espaço ao longo do território resultante de uma rápida a expressiva afluência ás cidades por vários motivos como citados, vai caracterizando e alargando a área urbana principal e periférica, criando anéis ou eixos de desenvolvimento e de crescimento, ganhando características próprias.
Em Luanda, a ocupação do espaço no tempo colonial por exemplo, com um tipo de usos e cérceas, e consequente entrega ás vias estruturantes da altura, denota e caracteriza uma área perfeitamente definida no tempo. Entre alamedas, quarteirões unifamiliares ou outro tipo de caracterização que o trabalho pretende abordar, torna a compreensão da evolução da ocupação do território mais objectiva e por isso instrumento fundamental para actuar através de planos e estratégias de distribuição da população ao logo do território.
Destes exemplos mais notórios, a existência de várias identidades ao longo de vias como “Deolinda Rodrigues” e a “Filda”, ou Hoji ya Henda, onde em “tramos” perfeitamente definidos e claramente demarcados se ocupou o território com características que rompem o normal e paulatino crescimento da cidade e consequente carácter identitário da área envolvente.
Aqui mesmo, Luanda, numa fase de transição entre o espaço colonial, período de guerra e estabilidade política em 2002, em que o mesmo espaço sofreu alteração ao nível funcional, mas fundamentalmente no que respeita a densidade populacional. Podemos encontrar na apropriação destes espaços unifamiliares, acolhendo vários fogos e aglomerados familiares, ocupação de logradouros e divisão até imprecisa dos limites e cada fracção, resultando numa nova forma de caraterização do espaço e da população nas cidades como Caso da “Vila Alice”.
Avenidas com carácter identitário alterado, áreas então expectantes e que ganharam uma identidade própria são alguns dos casos identificados, fruto da afluência ás cidades como referi, ou outras áreas de crescimento ao longo do território de uma forma de desenvolvimento horizontal.
Ao nível de crescimento vertical, porém, o mesmo acontece a par ou em fenómenos temporais identificados como é exemplo dos novos centros urbanos dentro de uma malha consolidada face á pressão urbanística, ou mesmo em áreas expectantes como novas centralidades onde as cérceas e principalmente a constante ou disparidade de cérceas e volumes é notória.
A transformação de uma avenida com uma cércea constante ou média homogénea, pode ficar imediatamente desvirtuada e comprometida pela intervenção pontual e menos integradora no contexto urbano. Vemos casos como a “baixa de Luanda”, as torres sem sentido desvirtuando a escala a cércea existente, alterando acima de tudo o “skyline” de uma forma desordenada, tornando-o descaracterizado e criando incompatibilidades urbanas. A rotunda 1º de Maio e a relação dos edifícios integrados na urbanização “Vila Alice”, ou mesmo “António Barroso” que reflete estes dois tipos de crescimento e progressão volumétrica e espacial.
6- “Estrutura viária e sua hierarquia
Desde o início que a estrutura mais reticulada ou mais orgânica, de escala mais secundária ou mais expressiva e estruturante não só vem caracterizar o território como condicionar o mesmo e as possíveis intervenções neste ao nível da preservação ou da alteração do território.
Vejamos a análise segundo dois pontos de vista em termos de causa e consequência:
- Uma malha urbana consolidada, caracterizada pelo planeamento balizado no tempo e segundo regras mais ou menos definidas e resultantes numa imagem de cidade homogénea e constante - “Vila Alice”, vem no momento de a caracterizar tornar os dados mais claros e constantes, numa distribuição da população mais homogénea mas mais circunscrita ao nível funcional e ocupacional, mas no momento de actuar, face ás pressões urbanísticas ou localização inicialmente periférica e agora perfeitamente “engolida” pela “malha central urbana principal”, torna o exercício, se interessante, mais constrangedor pela caracterização actual a alteração do desenho e ocupação inicial.
Temos um momento de causalidade e consequência ao nível da intervenção - como manter? se manter? como alterar? e qual a consequência da proposta de alteração?! E no caso de haver alterações ao desenho e escala inicial, como tratar estas incompatibilidades urbanas e volumétricas face ao regulamento condicionador e forma de intervir no território.
Este caso torna-se na consequência de intervir em algo definido, caracterizado, e que a proposta deve contemplar esta caracterização identitária do espaço e como manter essa identidade ou paulatinamente a transformar. A estrutura viária existente é então condicionadora, pela sua escala, perfil, desenho, capacidade de receber e sustentar os fluxos gerados no espaço urbano em questão.
- No entanto, analisando de outra perspectiva, o desenho desta estrutura e hierarquia viária por si pode e deve orientar e condicionar os mesmo fluxos. Estabelecer linhas geradoras e eixos estruturantes, definir um modelo mais ou menos adequado á realidade e contexto, seja reticulado, anelar e convergente ou outros mais orgânico e adaptado á realidade local, é nesta estrutura que devem estar pensadas as grandes redes de distribuição que sustentam uma cidade. Será inevitável que as redes publicas, sejam hidráulicas, elétricas, comunicações e outras, estejam associadas a estes eixos e esquema de distribuição. Assim a estrutura viária com todas as particularidades torna-se num instrumento de trabalho fundamental de base a qualquer proposta de intervenção por que ele mesmo vai definir e caracterizar o espaço que a serve.
- Ainda, importa referir que o carácter e perfil desta estrutura viária, associado a um mapa de espaços construídos e não construídos se torna numa ferramenta importantíssima á definição e vivencia do espaço publico e semipúblico. É no cruzamento dos dados de levantamento e análise deste tema com outros filtros de analise morfológica da cidade que podemos quantificar, desenhar, condicionar a relação do individuo com o espaço.
- Veja-se a relação e entrega dos espaços privados e públicos á estrutura viária, entradas, pátios e espaços de transição, passeios, estacionamentos, caldeiras de massa arbórea, estacionamento perpendicular ou paralelo, vias circulação reduzida de transição, vias de abrandamento e aceleração, separador centrais pedonais ou viários, corredores viários intermédios ou laterais para implementação dos B.R.T., e inúmeras propostas para definir o perfil e consequentemente o desempenho e relação entre o individuo e o espaço.
Sendo assim, urge em primeiro lugar a análise empírica, mas objetiva da estrutura que sustenta o território em estudo, caracterizando as áreas construídas, não construídas, limites cadastrais e resultando num estudo sobre os fluxos e caudais das vias hierarquicamente encontradas e estudadas. Este estudo vem por um lado entender as deficiências dos fluxos gerados, mas igualmente procurar uma estrutura existente a sustentabilidade da própria intervenção. Importação de modelos ou tentativa de implementação de modelos ou escalas não pensadas para a realidade sócio cultural em questão, só resultará em duas soluções:
1-Numa proposta desadequada ao contexto e identidade do local e por isso consequência negativa para a relação entre o individuo e o espaço urbano ou,
2- Impraticável ou inviável a sua própria implementação. Numa conjuntura global mundial temos assistido á importação de modelos urbanos, alguns até já provados obsoletos e inadequados, e consequente prejuízo social ou de convivência cultural, ou mesmo meros exercícios académicos irrealistas que servem apenas para um embelezar de painéis mais publicitários do que responder ao carácter identitário de uma população e de um espaço.
7- “Planta de condicionantes” - condicionantes no eu terreno e consequência directa e indireta na proposta de intervenção
As condicionantes são sempre de variada natureza. Mais objectiva, generalizada e técnica, como particular e peculiar de um qualquer espaço ou realidade. Destas condicionantes, comecemos pela própria topografia, exposição solar, ou exposição aos ventos dominantes. São factores que influenciam não só a construção e a própria arquitetura dos edifícios como as orientações e articulação dos eixos viários e desenvolvimento das cidades.
A estrutura da cidade e seu desenvolvimento a existência de edifícios ou locais de significância urbana, uma simples igreja, uma linha de água, uma linha estruturante como linha de ferro ou circular viária, um cemitério ou área de culto, um espaço sem significado algum em termos físicos ou estruturais, mas de valor intrínseco emocional, são alguns dos variados factores de condicionamento encontrados num qualquer território.
De uma forma mais objectiva, e técnica, o levantamento das redes hidráulicas, e elétricas, uma massa arborizada, um lado ou linha de água ou área de cheias ou inundação, são alguns factures que tecnicamente podem e devem influenciar a própria intervenção, seja para contornar o problema ou mesmo servir de mote ou linha de orientação conceptual da proposta.
Um dos discursos mais frequentes nas minhas preleções é a importância directa ou indireta. Uma área d e intervenção tem por si, numa análise objetiva e quantificada algumas condicionantes de programa, de funcionalidade, mas se atendermos não á área de intervenção em si, mas a uma área de influência podemos encontrar essa mesma dualidade- relações de convergência e divergência entre a área em estudo e a área de influencia.
Dependências funcionais, dependências rodoviárias ou pedonais, dependências por imperativos vários urbanos.
Esta dualidade de relações faz com que a proposta de intervenção seja muitas vezes condicionada não pelas características locais mas sim pelas características da área de influencia numa relação de convergência ou divergência.
Importa referir por exemplo a surpresa da população encontrada em dois municípios como Kazenga e Viana sendo que o resultado do senso denotou a transição ou migração ode uma população entres estes municípios pela condicionante forte com a existência da Deolinda Rodrigues. Numa fase a barreira intransponível desta via primária, numa segunda a marcação pontual e muito significativa em termos de mobilidade e fluxo urbano proveniente das passagens superiores, e ainda a numa quarta a clara dependência de uma área industrial requalificada com um parque habitacional que faz preterir o município vizinho.
A existência de um forte equipamento seja desportivo ou religioso, vem implicar de uma forma significativa não só ao nível da escala que o mesmo edifico ou unidade de construção traduz, mas igualmente pela sua particularidade funcional, o uso do espaço que lhe está subjacente
.
O regente
(nuno oliveira, arquitecto)
Sem comentários:
Enviar um comentário