outubro 20, 2019

Texto de apoio- Plano de pormenor, Proj III 5º Ano, Uma, 2019

Elaboração de “Proposta de Plano de Pormenor”

PEÇAS DESENHADAS DE APRESENTAÇÃO FINAL

Planta de Localização e identificação da área de estudo             esc. 1/5.000
localização e a identidade da área em estudo é um elemento primordial para atuação no território. Entender as especificidades e as características do local ao nível morfológico, volumétrico, construtivo, amplitude do espaço e proporção entre o espaço construído e não construído, torna a leitura do espaço não só importante como rigorosa.
A população gera fluxos e com estes, através da relação que o homem tem e sente com o espaço torna-se numa relação biunívoca que condiciona e é condicionado no seu comportamento. Assim, as ruas, os passeios, o sentido dos fluxos e tudo que acontece “passo a passo”, torna-se na identidade e caracterização da população aí residente.
Por fim a percepção física do lote, relação deste com o espaço público, tipo de ocupação, densidade de utilização do solo e consequentemente do espaço público são elementos importantíssimos para entender o espaço de intervenção e por isso melhor consciência na actuação ao nível da proposta.
São estes elementos que se pretendem observar e recolher de uma leitura da cartografia existente, de preferência poiada pela imagem realista do Google e mais fria e objectiva do levantamento físico do espaço.
Pretende-se que o aluno numa breve introdução, exponha, explique, traduza o que sentiu na análise do espaço.
Será numa fase de sobreposição entre o espaço existente e proposto através da planta de vermelhos e amarelos que se entenderá e confirmará a exequibilidade e real aplicabilidade do plano proposto.
Nesta folha, a planta de localização deve ser igualmente complementada com fotos, esquemas, textos, escalas para melhor clarificar quer a área de intervenção, área de influência, elementos mais marcantes e condicionadores como eixos primários ou infraestruturas viárias que se tornam importantes para o trabalho como as linhas estruturantes.

Planta de Apresentação com área envolvente                                 esc. 1/5.000
A planta de apresentação, após delinear uma proposta de intervenção, é a indicação do conceito que serviu de base á proposta e sua materialização, em função das condicionantes do território e envolvente. Trata-se de uma planta geral integrada num determinado contexto urbano neste caso e com a necessidade de entender as relações de convergência e divergência ou condicionantes provocadas por um território mais alargado, desenhando assim as linhas de força e as linhas mestras da atuação na área de intervenção.

Planta geral de Trabalhoárea de intervenção                                 esc. 1/2.000
A planta de trabalho é sem dúvida uma planta mais completa, contendo toda a informação possível sobre a intervenção. Através do recurso a cores, linhas, esquemas, pequenas palavras chave de referência ao desenho, ilustram as intenções, mas acima de tudo a materialização destas.
Por outro lado, e pela escala do desenho, incluem todo o rigor gráfico de linhas, definindo as vias, o seu carácter, a sua hierarquia e identidade. Cotas, informação altimétrica do território e do corpo construído e não construído, indicações de fluxos, volumetrias e cérceas ou carácter funcional dos edifícios devem ser de leitura clara, pois a materialização da proposta, corresponde á comunicação que o próprio desenho transmite ao observador. A par desta informação geral, cortes, perfis gerais, ou pontuais de algumas vias primárias e definidores do conceito devem estar presentes nestas folhas. Por fim o quadro sinóptico deve conter a sistematização da informação referente á caracterização dos lotes e edifícios, bem como índices e informação geral sobre a ocupação do território.

“A exequibilidade de um plano traduz-se em primeira instância na qualidade e adequação do plano ao contexto e realidade do local, mas igualmente a uma série de condicionantes até ao nível económico. Lembro que, a conjuntura actual de Angola, exige uma atenção especial muito amadurecida, realista e contida ao nível dos investimentos públicos. A este nível e por isso, o faseamento das intervenções é um instrumento importantíssimo na gestão de recursos e de investimento.
Por outro lado, na prática, dada a complexidade e realidade de algumas áreas, a transformação do espaço e suas características deve ser paulatina e assimilada pela população. Por vezes trata-se de uma aplicação a médio e longo prazo, em que a realidade Angolana aponta para a aplicabilidade a 5 anos traduzindo-se numa estratégia e periodicidade geracional. Assim, a consciência de, como fazer, por onde começar, qual a acção prioritária na área em questão, quais os processos legais e jurídicos mais adequados e como ferramenta de aplicabilidade do plano devem ser considerados nesta fase tornando-se num factor determinante para a sua aplicação.

“A presente planta deverá conter informação sobre o território em estudo e sua área de influência sem tratamento de dados. Mas deve conter, arruamentos, cadastro, implantações e demais informação usualmente existente na cartografia a esta escala.
O aluno, dada a extensão da área em estudo deverá recorrer á escala mais adequada. Poderá ser apresentado o quadro sinóptico numa segunda folha. Ainda poderá ser feita uma aproximação de um ou dois quarteirões no sentido de obter uma maior definição dos lotes, construções e tipologias sendo o resultado no quadro sinóptico menos falível, mas igualmente menos realista de toda a totalidade do carácter identitário da área em estudo.”

Deverá o aluno então propor numa planta que denuncie a progressão urbana, Vertical e Horizontal, a primeira fase de aplicação do plano. A abertura de uma rua, de uma praça, a rectificação e correcção de um traçado, a implementação conceptual de uma área de desenvolvimento podem ser o mote para a transformação do espaço em estudo. Esta planta deve referir este passo e como a partir dele se deve orientar e progredir a intervenção resultando no plano de pormenor proposto.”

PEÇAS DESENHADAS complementares

A proposta é um plano de intenções. É uma perspectiva resultante de uma análise, proposta de intervenção, mas igualmente a consciência de como se torna o plano exequível ou adaptada ao contexto, á realidade, ás condicionantes. Deverá existir, pois, uma folha com a proposta geral, uma folha com o método de aplicabilidade e exequibilidade do mesmo plano representando a 1ª FASE da intervenção e uma terceira em “Planta de Vermelhos e Amarelos”, no sentido de percepção das alterações produzidas no território.

Faseamento de intervenção
Uma proposta de intervenção não se traduz apenas pela qualidade da mesma, mas pela possibilidade real de implementação e faseamento. Cada intervenção exige uma implementação faseada do plano. Abrir ruas, Criar infraestruturas, Corrigir densidades, realojamentos, recolocação de população, logística de todo o processo, faseamento no tempo de toda a proposta e mesmo correcção nesse tempo das realidades conjunturais, gestão urbanística e planificação dos trabalhos, gestão de fundos e de verbas, todo um conjunto de factores que vão de todo condicionar a forma como se poderá implementar o plano e por isso se traduzir (ou não) numa real possibilidade e exequibilidade da proposta
Assim, deverá o aluno procurar representar e definir a 1ª FASE da intervenção para uma possível quantificação de custos e gestão do projecto.

Planta Vermelhos e Amarelos
Esta planta traduz-se na exequibilidade da própria proposta no sentido de real percepção das alterações produzidas e introduzidas no território. Por um lado, uma análise pragmática das alterações propostas, por outro, a percepção do rigor com que a mesma foi implementada. O alargamento de ruas, as implantações e suas correções, o cumprimento dos pressupostos traçados e delineados no conceito de intervenção.
Será de todo uma das folhas onde o aluno justificará e demonstrará a qualidade do seu trabalho e a consciência da proposta em termos de alteração e correcção do território.


Planta de Zoneamento
“A planta de zonamento, é uma indicação classificativa ainda muito empírica de identidades de cada, ou das partes, existentes no espaço em estudo. Uma área preferencialmente habitacional, industrial, caracterização pelas cérceas ou pelas tipologias de ocupação de espaço ou outras análises possíveis em cada área de estudo.”
Na planta de zonamento, após delinear uma proposta de intervenção, é uma indicação de identidades sejam elas por manutenção do carácter existente ou alteração sugerida do território a vários níveis. Na proposta, a implementação de uma via, alteração de cérceas ou de tipos de ocupação, de alteração de usos ou simples correcção pontual, mas que altere a identidade do espaço passa a ter uma relevância por comparação entre o existente e o proposto.
Por isso esta é uma ferramenta fundamental para verificação final de – Quais as alterações na proposta ao nível geral no território em consequência da intervenção.

Perfis do terreno com análise das volumetrias envolventes        
“Deverão ser analisados os diferentes espaços referidos na planta de zonamento pelo desenho de perfis gerais, pelos arruamentos principais e secundários e pelo perfil transversal dos mesmos. Procurando a identidade primária e a identidade de arruamentos mais localizados e característicos do interior da área de estudo. Deverá o aluno procurar as cotas gerais do terreno e relação destas com as vias estruturantes, particularmente para melhor entendimento da importância na inclusão das redes hidráulicas entre outras.”
A introdução de novas vias e respectivas frentes urbanas, a rectificação de traçados das vias existentes com alargamentos e aumento ou diminuição de fluxos, o desenho do seu perfil, sejam vias, passeios e estacionamentos ou mesmo áreas arborizadas vem transformar a vivência do espaço, sendo por isso a sua análise e comparação entre perfil existente e proposto fundamental para justificar e argumentar os usos propostos ou alteração deste , muito particularmente na entrega ao espaço publico. Deve, pois, incluir, não só o perfil que propõe alterar, mas através de (Vermelhos e amarelos), denunciar as alterações no território.

Planta e perfis de espaços construídos 
“Como consequência da folha 5, deverá o aluno extrair da mesma carta e apenas, a mancha correspondente aos “espaços construídos”. Ou através de cor ou gradação de cores, ilustrar numa ou duas folhas as construções primárias e áreas dependentes ou construções secundárias.
Na análise sobre como regular o território e quantificar o número e fogos, ou caracterização da população existente, estes dados tornam-se imperativos para uma correcta obtenção de resultados consagrados no quadro sinóptico.”

Planta e perfis de espaços não construídos 
“A percepção dos espaços de logradouros, de espaços interiores á “frente urbana” ou percepção da relação entre a massa edificada e os “vazios” torna-se numa leitra imprescindível para a conclusão da caracterização do território.”

Planta e perfis e divisão cadastral     
“A divisão cadastral é uma ferramenta importante para a obtenção de dados e posteriormente para a percepção da possibilidade de intervir no território. Nesta análise, deverá ser incluída a noção de espaço publico e privado, ou mesmo a definição de espaços públicos consagrados e delimitados por ocupação de equipamentos públicos. Nesta planta, devem estar referidos os arruamentos para relacionar os mesmo com a própria dimensão dos lotes e divisão cadastral.”

Planta e perfis de usos          
“As tipologias e relação funcional dos espaços é outro elemento importante para a percepção e relação dos fluxos gerados urbanos. Assim, deve nesta planta através de uma ilustração de cores, marcar o “carácter preferencial” e a localização pontual de outras funções de destaque. Ou seja, numa área preferencialmente habitacional deverá ser usada uma cor mais neutra ou “fria” e destacar na mesma planta a localização de serviços, de comércio, indústria, equipamentos públicos, espaços verdes públicos com dimensão relevante ou outro tipo de relevância encontrada.”

Planta e perfis de cérceas    
“Igualmente na planta de cérceas deve classificar em termos cromáticos, em gradação de cores, a cota “0”, cota 1 e cotas restantes, ou seja, marcar a cota relacionada com o espaço público, a cota relegada ao primeiro piso e depois em grupos, os restantes, segundo os critérios que entenda mais adequados. Sugeria- 0; 1; 2 a4 e mais de 4 pisos.”

Planta e perfis de progressão horizontal         
“A planta de progressão torna-se numa ferramenta importante para entendimento da progressão de construção em relação á área de influência. O aluno pode recorrer a uma escala maior para percepção da relação com as vias estruturantes da cidade.”

Planta e perfis de progressão vertical               
“Esta análise pode numa primeira instância ser confundida com a planta de cérceas, mas representa uma ferramenta importante de análise. A progressão não é uma constatação do espaço construído, mas sim uma tentativa de encontrar uma relação temporal com estado actual da cidade. A escala inicial da cidade, os períodos como revolução industrial, modernismo, e outros momentos relacionados com aspectos históricos, económicos ou outros factores, mostram o impacto no crescimento e desenho da cidade. No caso de Luanda, a escala inicial, da baixa ou a escala urbana do período colonial, seja nas urbanizações residenciais ou nas alamedas, o acrescer de pisos (1 ou 2) em áreas residenciais de carácter isolado ou o “Boom” de construção em altura, vai caracterizando a cidade em momentos mais ou menos balizados no tempo. Esta análise terá então como legenda esta caracterização temporal.”

Planta e perfis de estrutura e hierarquia viária              
“Após uma análise geral da cidade e da área de influência, estes perfis mais relacionados com o bairro, a rua, o espaço dominado pelo utente enquanto apropriação do espaço, torna-se importante pela definição vivencial. O número de fogos, a relação da moradia ou prédio com a rua e pela relação da construção e entrega á cota “0”, é um fator importante a ter em conta na análise e intervenção. A relação das vias primárias e secundarias, a rua, o beco, a área de retorno, a praça, o passeio, a rua pedonal, a esquina, o muro de vedação do espaço privado, a relação entre espaço privado e espaço publico passando pelos espaços “smi”, por vezes difíceis de classificar, ajudam na definição do carácter identitário do espaço urbano.”

Planta geral de pavimentos (parcial)
 “A planta de pavimentos por vezes torna-se incaracterizável e inconsequente (aparentemente). No entanto o cruzamento entre esta figura e análise e a hierarquia da estrutura viária, trará uma melhor compreensão e definição nas propostas a apresentar. Deverá ser acompanhado o levantamento planimétrico igualmente com os perfis de rua incluindo a volumetria construtiva para assim perceber a relação funcional dos espaços e entrega destes ao espaço publico.”

Planta geral de Áreas verdes
“A localização das áreas verdes associadas ao espaço não construído, cruzado com a planta cadastral ou outro tipo de análises transversais trona-se numa ferramenta importante A planta de usos, a distinção entre usos privados ou públicos e entre estes, a percepção de qual a dimensão urbana que representam. Um parque, uma praça, uma alameda, uma linha de água ou a identificação e definição de áreas expectantes e passíveis de intervenção, podem tornar-se no mote e tema da própria intervenção. Será, pois, necessário obter estes dados e refletir sobre a importância de os incluir, reabilitar e com isto revitalizar áreas desprezadas ou mesmo, através da falta de espaços que permitam a socialização, dotar o território de ferramentas para a fixação da população e melhoria das condições de salubridade, de qualidade vivencial do espaço urbano.”

Planta geral de Condicionantes
“A identificação das condicionantes várias encontradas ao logo da análise vem não só esclarecer e classificar o espaço como são de extrema importância para a definição da primeira estratégia de intervenção. A topografia, a existência ou carência de redes estruturantes, a malha e rede viária que serve o espaço, a existência de um equipamento de referência e de importância local, uma barreira física natural ou imposta, entre muitos factores de condicionamento da intervenção.”

Planta geral de Infraestruturas e redes
“O levantamento das redes e infraestruturas existentes como rede hidráulica, elétrica e outras, existência de estruturas associadas ao cadastro, e por isso possibilidade de as incluir ou dificuldade de criar as mesmas infraestruturas são de relevância primária. A melhoria das condições de habitabilidade e convivência humana a par da real dificuldade técnica e física de inclusão e execução destas infraestruturas tem sido o tema e atenção das grandes linhas de atuação na reestruturação urbana de Luanda. A análise e identificação destas existências ou carências é o ponto de partida para qualquer intervenção.”

Maqueta da proposta
Deverá ser apresentada uma maqueta de volumes do espaço, ilustrando a morfologia do terreno e no mínimo incluída a estrutura viária principal e secundarias.

Painel A1 – (Proposta de intervenção)
O aluno formalizará uma entrega de painel ou painéis resumo da análise em colagens ou arranjo gráfico dos elementos mais marcantes do percurso. Esquissos, fotos, perfis, um ou outra planta que ilustre e sustente o discurso de apresentação do trabalho para a turma, preparando a capacidade de comunicação do aluno e exposição e domínio das linguagens. Igualmente a capacidade de expor o conceito de intervenção e materialização coerente da sua proposta.


O Regente de projecto
(Nuno Oliveira, arquitecto)

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