Disciplina: PROJECTO III
Unidade curricular: Anual, 5º Ano, Teórico-prática
Ano Lectivo: 2016- 1º e 2º
Semestre
Regente: Professor Arquitecto Nuno
Oliveira M.
Carga horária: 9h semanais teóricas-práticas
Introdução
O acto de projectar
em primeira instância, resume-se á representação gráfica de uma qualquer
solução volumétrica, espacial, com relações intrínsecas da própria proposta,
mas igualmente com o meio que a envolve. O contexto, físico, social, económico,
as condicionantes programáticas ou eventuais especificidades do programa em si,
traduzem-se numa panóplia de regras e orientações que no seu todo se
transformam em projecto, em obra e num pequeno mundo, parte de uma cidade... de
uma “identidade”.
No entanto, este
acto que não se limita a ser uma mera representação, isenta de “alguma
conceptualidade”. É na realidade um acto erudito, de pensamento, de
estruturação coerente, de um caminho de intervenção, de um fio condutor, de uma
sequência de raciocínios que condicionam eles mesmos o produto final.
Numa etapa final de
aprendizagem académica, o aluno deve essencialmente materializar os
conhecimentos e a aplicação prática destes mesmos conhecimentos adquiridos, num
exercício qualquer, real, materializável, construível e por isso, síntese de um
percurso académico e transição para o verdadeiro exercício profissional do
arquitecto.
Não pode por fim,
este ponto de síntese ser isento ou autónomo de uma interdisciplinaridade onde
as construções ou o seu sistema construtivo, as redes e subsistemas existentes
tornam uma vez mais parte integrante da complexidade do exercício, pelo que a
relação com as demais disciplinas será de todo importante.
Será pois este o
tema e o mote para o programa de projecto do último ano do Curso Superior de
Arquitectura.
1-OBJECTIVOS (Objectivos gerais)
“O saber”
Numa primeira
abordagem pretende esta disciplina fazer
uma síntese dos amplos e básicos conhecimentos adquiridos, possibilitando
assim a revisão de conhecimentos e conceitos básicos de intervenção.
“O projectar”
Através dos aspectos
técnicos, dos materiais e sua aplicação, das regras de representação gráfica e
nomenclaturas aplicáveis, pretende-se que o aluno sintetize esses conhecimentos e desenvolva na materialização e criação da forma que o seu
desempenho profissional enquanto arquitecto o exige. Entenda-se “forma” pela
materialização em várias escalas, desde as regionais á escala de execução, desde
o entendimento do espaço global habitado ao espaço mais restrito e de um
universo mais definido.
Assim se traduz
este ano de síntese. De uma análise e
proposta á escala urbana em forma de PP ou um exercício concreto de um
equipamento.
“O executar” - “O entendimento da obra”
Por fim, a percepção e cruzamento da informação
adquirida traduz-se numa proposta
concreta.
Um projecto é um meio,
é um estudo que tem por objectivo máximo a sua materialização. Para isso, a
justificação do percurso, de todo o raciocínio, da coerência do mesmo percurso
em função de um conceito ou definição de um objectivo final, resume a capacidade do aluno desenvolver qualquer
programa, qualquer proposta de intervenção concreta.
(Objectivos
específicos) - 1º Semestre
-
Numa
primeira fase mas no culminar do trabalho de síntese que se pretende de um ano
conclusivo do curso de arquitectura, a compreensão
e o domínio da escala urbana, das relações de cumplicidade entre o indivíduo
e a cidade ou a urbe em movimentos pendulares, fluídos, paralelos ou inversos e
quotidianos, entre outros;
-
Numa
perspectiva de entendimento destas convivências entre o espaço e o indivíduo, a
escala em si, a proporção, a relação vertical e horizontal do espaço, a volumetria e densidade do espaço vazio e
do espaço habitado ou urbanizado;
-
Os movimentos e usos dos espaços em função
do seu destino,
função, característica morfológica ou as imposições de regras que condicionam e
organizam o seu comportamento e vivência ou identidade sócio urbana;
-
Compreender e dominar a métrica, a
dimensão, a escala do edifício em si e toda a quantificação, definição espacial e materialização em
propostas de ocupação do espaço, suas implicações, suas relações;
-
Reconhecer os meios e ferramentas
disponíveis e condicionadoras legais e regulamentares, objectivando a sua aplicação e sua
implicação no acto de projectar. Planos Directores Regionais e Municipais,
Plano de Pormenor ou de Urbanização, Salvaguarda ou outros instrumentos como
regulamentos, normas aplicáveis, legislação urbana e civil que venham a
condicionar e importar na decisão e no desenho
do espaço e por consequência no uso do mesmo pelo individuo.
-
Por
fim, a capacidade em materialização num
plano objectivo em escala de “Plano de Pormenor” atendendo a todas as
relações com o espaço existente, o seu contexto, as suas inter-relações e os
seus condicionalismos ou especificidades.
(Objectivos
específicos) - 2º Semestre
- Nesta última etapa de aprendizagem, dotar o aluno de uma capacidade de síntese
em torno de um programa ou proposta concreta de intervenção ao nível do
projecto de arquitectura.
- Dotar o aluno de
uma visão global do edifício,
relacionando a forma e os processos adjacentes à obtenção dessa forma. A função, o programa, as condicionantes
específicas de ambos e consequentemente, das potencialidades e possibilidades
de execução para um melhor produto final.
-Recolher informação o mais ampla e alargada
possível sobre os materiais, sua aplicação e execução, ficar sensível ás
alternativas que os diferentes materiais e sistemas oferecem, bem como ter a
consciência das capacidade de execução em obras e objectos materializados. Demonstrar
assim no projecto final, uma síntese de todas estas questões.
-Deverá o aluno reconhecer na obra feita à escala do
objecto ou edifício os processos de execução e ter uma noção geral mas
clara da sua aplicação em situações similares, muito particularmente sobre as
artes de especialidade, sua sequência e inter-relaçao.
-Num sentido mais
prático, dar resposta às propostas de
trabalho apresentadas pelos docentes no cumprimento dos critérios pré
estabelecidos, bem como rigor na sua apresentação e execução. Esta
materialização será conseguida pela elaboração de exercícios práticos como
prova dos conhecimentos assimilados, consagrados no presente programa e
respectivo enunciado.
-Deverá o aluno ser capaz de compilar os conhecimentos em
dossier contínuo de trabalho, para que este sirvam de base ou orientação para o
seu próprio desempenho profissional. Um projecto desde a fase de “Estudo
prévio” ao “Projecto de execução”, elaboração das “Peças desenhadas e
descritivas” do “Caderno de Encargos”, auxiliado pela e na disciplina de
Construções.
-Por fim, deverá o aluno elaborar uma compilação em dossier próprio de
todo um projecto de arquitectura e especialidades e outros elementos essenciais
para início da mesma construção como trabalho final de apresentação.
2-programa
Numa primeira aula
geral de conhecimentos amplos sobre o acto de projectar, será apresentada quer
a metodologia de abordagem do docente, quer numa perspectiva de entendimento
das matérias propostas, uma revisão de conceitos e articulação de pensamentos
sobre o espaço urbano a varias escalas.
Parte I - Um Plano de pormenor
O aluno, procurará
um entendimento de uma área a definir
pelo docente, sua análise morfológica, sua escala, ritmos volumétricos gerais
do espaço e do contexto. Para cada edifício, novamente a mesma procura pela caracterização
“da parte“ e “do todo” para apresentar uma proposta
de intervenção numa determinada área em forma de estudo prévio.
Esta intervenção final
em forma de “Proposta para Plano de
Pormenor”, terá como resultado uma apresentação formal das peças desenhadas e acompanhadas de um pré
regulamento que inclua um quadro sinóptico e demais elementos solicitados e constantes
em enunciado próprio.
Serão apresentadas
aulas de prelecção teórica sobre a matéria e escala de trabalho, resultando
numa aplicação e materialização do trabalho e da proposta em função dessas
aulas de referência.
Numa primeira fase o aluno dispensará atenção á análise
e percepção do espaço em questão. Da esc. 1/25.000 até 1/5000.
Numa segunda
fase, um estudo preliminar de ocupação, transformação ou mera análise formal
quantitativa, em quadro de áreas gerais e desenhos-base de ocupação
territorial. Esc. 1/5000 e 1/2000.
Buscando referências
e modelos, poderá e deverá o aluno remeter-se para uma análise comparativa/
justificativa ou de inspiração em modelos convencionais ou existentes como
ponto de partida e de linha geradora da proposta. Deverá nos seus desenhos de
percurso, reflectir essa mesma influência e investigação.
Numa terceira fase, a proposta de intervenção
representada nas peças necessárias ao bom entendimento do objecto e do espaço,
com o pré projecto executivo. Esc 1/1000; 1/500 e 1/50 (perfis e espaços
exteriores e de carácter estruturante da proposta)
2-programa
Parte II - Um equipamento urbano
Os alunos
desenvolveram um trabalho semestral no mesmo ano académico, a uma escala urbana
de reestruturação ou intervenção ao nível do desenho urbano em forma de “plano
de pormenor” ou “plano de urbanização”. Nesta fase do trabalho, deverão dar
continuidade á mesma proposta, onde supostamente incluíram uma ocupação programática
de um equipamento urbano público. A
relação e conhecimento da área em questão deve pois ser reflectida no trabalho
e na proposta, justificando as relações
divergentes e convergentes do “lote” para a “cidade” e o contrário.
Poderá no entanto o
aluno recorrer a uma área de intervenção diferente dentro da sua proposta de
Plano, sendo o entendimento destas relações com o “sitio”, entendidas e dadas como
adquiridas e por isso imposição em justificar a proposta perante estas mesmas
relações e condicionantes.
Pretende-se que o
aluno seja capaz de desenvolver e sintetizar os conhecimentos, materializando os
mesmos numa proposta de intervenção para um determinado local identificado,
tendo como ponto de partida um programa base proposto pelo mesmo e subscrito
pelos docentes.
Um hospital, um
centro cultural, uma escola, um posto de polícia ou um equipamento social são
alguns exemplos temáticos sugeridos.
A escolha do equipamento deverá ser sustentada pela necessidade devidamente
justificada e contextualização da proposta, bem como dimensionamento da mesma segundo as
condicionantes físicas da área de intervenção escolhida.
Deste equipamento, as relações urbanas, físicas e volumétricas, os
tráfegos, os fluxos, as relações de escala na proposta e desta com a envolvente
mais próxima e imediata, são igualmente um dos critério de análise e de
avaliação na proposta apresentada.
Será apresentado enunciado próprio para cada um dos trabalhos a
desenvolver em cada semestre.
CONTEÚDOS E FASEAMENTO DOS TRABALHOS
1º Semestre
Mês de Março Introdução
ao capítulo e ao programa a desenvolver-
considerações gerais;
Mês de Abril Interpretação
dos programas temáticos e desenvolvimentos das propostas- estudo prévio;
Mês de Maio Acompanhamentos individual e Colectivo dos
trabalhos em curso;
Ponto de
situação e avaliação intermédia
Mês de Junho Acompanhamento individual - Apresentação de
“Casos”;
Mês de Julho Conclusão do trabalho e apresentação de Dossier a
avaliação
Avaliações
Finais e correcções pontuais do material em avaliação.
2º Semestre
Mês de Agosto Introdução
ao capítulo e ao programa a desenvolver-
considerações gerais;
Mês de Setembro Interpretação
dos programas temáticos e desenvolvimentos dos projectos;
Mês de Outubro Acompanhamentos individual e Colectivo dos
trabalhos em curso;
Ponto de
situação e avaliação intermédia
Mês de Novembro Acompanhamento
individual - Apresentação de “Casos”;
Mês de Dezembro Conclusão
do trabalho e apresentação de Dossier a avaliação;
Avaliações
Finais e correcções pontuais do material em avaliação.
3- METODOLOGIA
Serão leccionadas aulas teóricas no sentido de fornecer ao aluno os conhecimentos básicos
sobre a concepção do projecto e suas condicionantes.
As aulas práticas, tem como objectivo o acompanhamento das propostas a
desenvolver individualmente ou pela apresentação de cada proposta ao grupo de
trabalho.
Para o cumprimento
dos objectivos traçados, toda a matéria deverá ser orientada num sentido de
aplicação prática dos conhecimentos, materializando em imagens e representações
gráficas desde o projecto e acto conceptual, á materialização da proposta
construída. Plantas; cortes; alçados; pormenores; imagens por analogia ou por
referência; imagens de obra e execução dos trabalhos e artes constantes em todo
o processo.
A visualização de
casos práticos em obra, permitem ao aluno a percepção e interiorização da
aplicação dos conhecimentos adquiridos. Para este cumprimento, atenda-se á
calendarização dos trabalhos, seus objectivos próprios, conteúdos e demais
informação aí constante, bem como a presença em aulas informais de apresentação
de “casos.”
Numa primeira fase, o contexto do projecto (versos)
cidade, uma análise metodológica sobre o acto de projectar e representar.
Um segundo espaço de discussão colectiva
de todas as propostas, no sentido de abranger o máximo de conhecimentos sobre
os programas escolhidos. Despoletar a discussão e o trabalho em grupo e
colectivamente proporcionar uma troca de informação e transferência de saberes
vem incitar a um bom relacionamento profissional, ético e pessoal.
Numa terceira fase, uma sistemática apresentação de “casos” e referências que servirão de
amadurecimento do discurso de arquitectura, e representarão um incentivo á
pesquisa, e á qualificação da proposta individual através da referenciação de
casos conhecidos.
A par desta fase e
em complemento, o aluno, desenvolverá um
contínuo materializar em entregas intermédias e apresentações parciais do
decurso dos trabalhos.
Por fim um período de compilação, sistematização e materialização de todo o processo em dossier
próprio, e painel de apresentação. Maquetas e outras formas de representação ou
ilustração da proposta serão fornecidas pelo aluno e avaliadas em sessão aberta
a definir.
4-AVALIAÇÃO - critérios de avaliação
Assiduidade
- Será feita uma
chamada no mínimo por aula, confirmando a presença do aluno, pelo que no final
deverá o mesmo ter cumprido a presença mínima nas aulas sejam elas práticas ou
teóricas.
Desta presença
mínima, entenda-se como obrigatoriedade de presença total do ano lectivo ou
semestre em 2/3 da totalidade das aulas leccionadas, resultando o incumprimento
na inevitável exclusão do processo de avaliação contínua, não podendo no
entanto as faltas em 1/3 corresponderem a um espaço contínuo, impedindo o
critério de avaliação contínua e perda das matérias teóricas necessárias ao bom
desempenho do aluno;
- A presença e cumprimento
do referido no parágrafo anterior, representa matematicamente 40% da avaliação
final, não obstante acrescida de outros critérios de seguida descriminados;
- O rigor das datas
da entrega será tido em conta não só para avaliação do respectivo trabalho como
na avaliação pessoal, anual e final do aluno. O não cumprimento de datas
formais de entrega implica a imediata exclusão do processo de avaliação
contínua;
- O trabalho
avaliado no final do semestre vai ter em conta a participação e desenvolvimento durante as aulas práticas;
- A entrega de
todos os trabalhos referidos em anexo e nos moldes apresentados, é vinculativa
e necessária para a aprovação á disciplina;
- A não entrega do
trabalho ou entregas intermédias, ou alguma solicitação de trabalho por parte do docente ou etapa em tempo oportuno,
importa na avaliação contínua do aluno e respectiva assiduidade.
Apresentação, qualidade
plástica e formal da entrega
Rigor de
apresentação do trabalho ao nível gráfico e visual bem como cumprimento do
estabelecido nos objectivos do programa e dos trabalhos a realizar ao nível do
conteúdo e qualidade do mesmo.
Normas e objectivos
traçados. Cumprimento do programa e enunciado dos trabalhos
Cumprimento das
normas estabelecidas no início do trabalho como apresentado em programa
preliminar do mesmo, desenvolvimento e conclusão deste.
Criatividade e qualidade
conceptual e formal da proposta
Criatividade e
objectividade nos exercícios propostos. Particularmente, a capacidade e
objectividade de abordagem do tema escolhido e cumprimento dos objectivos
traçados pelo aluno no mesmo trabalho. Ainda consta o acompanhamento dos
trabalhos em curso em regime de avaliação contínua numa constante procura
estética, conceptual e formal da proposta.
Assiduidade e trabalho desenvolvido em contexto de
aula 60%
Apresentação,
qualidade plástica e formal da entrega 10%
Normas
e objectivos traçados. Cumprimento do programa e enunciado dos trabalhos 20%
Criatividade 10%
Criatividade 10%
Critérios de avaliação pontual
- Acompanhamento dos trabalhos em curso em regime de avaliação contínua;
- Frequência- Apresentação da proposta final em data a
confirmar conforme o calendário anual da instituição.
- Elaboração de um trabalho
prático segundo faseamento aprovado para o presente ano lectivo e em
enunciado próprio;
- Apresentação e defesa pessoal dos trabalhos.
5-Bibliografia
(...) Será
entregue oportunamente uma lista anexa em função dos livros disponíveis na
biblioteca da Instituição.
Outra
bibliografia que o docente entenda no decorrer das aulas.
6-Anexos
Poderá ser fornecida informação ao aluno e documentação complementar nos
moldes que o regente entenda oportuno.
O Regente de Projecto III- M e Projecto III- T
(Nuno Oliveira, arquitecto)
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