Elaboração de “Proposta de Plano de Pormenor”
Projecto III, 2016 - 1º
semestre
Introdução
Numa recta final do curso de arquitectura e
respectiva componente pedagógica, mas igualmente numa fase de transição para o
verdadeiro exercício profissional enquanto arquitecto, o aluno deverá passar
por uma experiência, onde atravessa a totalidade das fases e escalas de trabalho,
de pensamento e de reflexão sobre o seu exercício profissional num qualquer
contexto urbano e concreto.
Da interpretação e
análise de um espaço alargado em forma de P.P. (Plano de Pormenor), dos planos
de organização metodológica e preparação para uma intervenção, á materialização
de uma proposta concreta de intervenção no território, o aluno desenvolverá um trabalho contínuo em grupo e posteriormente
numa proposta individual submetendo a sua própria interpretação ás diretivas e linhas
condutoras que o grupo defina.
Assim, partindo da elaboração de uma proposta de “Plano
de Pormenor”, o aluno tentará analisar uma área de estudo definida e delimitada,
face a todo um conjunto de estruturas de pensamento, intervir, alterar,
salvaguardar e assim propor uma linha de
intervenção para a definição do território.
Este primeiro trabalho pretende uma consciência
das etapas que o arquitecto deve ter em conta em todo o processo de concepção
mas igualmente fazer a síntese dos
conhecimentos adquiridos ao longo do seu percurso académico. Por fim a
escolha de um local de intervenção, definindo um plano, um programa base, onde,
ao propor no desenvolvimento do trabalho em forma de PBL, testará o plano que
definiu e a sua aplicabilidade em exercício profissional enquanto arquitecto.
1-OBJECTIVOS específicos
Deverá o aluno
atender aos objectivos gerais e específicos consagrados no programa da
disciplina. Destes resume-se e complementa-se:
-
Compreensão e o domínio da escala urbana;
-
Entendimento da escala; proporção; relação vertical
e horizontal do espaço e edificado, ou seja, construído e não construído, entre outros;
-
Os movimentos
e usos dos espaços em função do seu destino e função, fluxos e outras
condicionantes;
-
Compreender e dominar a métrica, a
dimensão, a escala humana do edifício
em si;
-
Reconhecer os meios e ferramentas disponíveis e condicionantes legais e regulamentares;
- Materialização num
plano objectivo em escala de “Plano de Pormenor”;
- Quantificação e
estruturação do espaço habitável em quadros e
estimativas de funcionamento;
- Materialização em
plantas, perfis, demais informação tridimensional para
percepção da proposta.
2-programa
Um Plano de pormenor
O aluno, procurará um entendimento de uma área ou
áreas a definir pelo docente, sua análise morfológica, sua escala, ritmos,
volumetrias e em cada edifício, novamente a mesma procura pela caracterização
da parte e do todo, para apresentar uma proposta de Plano de Pormenor com as
respectivas peças desenhadas e escritas, bem como caracterização tipológica e
funcional, ou quantificação do espaço construído proposto.
Serão definidas pelo docente, algumas áreas a serem
estudadas em grupo e feita uma primeira proposta de intervenção individual para
a área estudada condicionadas pelas linhas gerais de intervenção.
Destas áreas deverão as mesmas reportar a
identidades de ocupação distintas, bem como imagens de cidade diferenciadas.
A criação de grupos de trabalho será da
responsabilidade e indicação do docente.
Conteúdos e faseamento do trabalho
Primeira fase - Análise e percepção do espaço
/ área de influência em questão. Da esc. 1/25.000 até 1/5000.
Segunda fase - Estudo preliminar de ocupação, transformação ou mera análise formal
quantitativa, em quadro de áreas gerais e desenhos-base de ocupação
territorial. Esc. 1/5000 e 1/2000.
Buscando referências e modelos, poderá e deverá o
aluno remeter-se para uma análise comparativa/ justificativa ou de inspiração
em modelos convencionais ou existentes como ponto de partida e de linha
geradora da proposta. Deverá nos seus desenhos de percurso, reflectir essa
mesma influência ou referência de investigação.
Terceira fase, a proposta de intervenção
representada nas peças necessárias ao bom entendimento do objecto e do espaço,
com o pré-projecto executivo. Esc. 1/1000; 1/500 e 1/50 (perfis e espaços
exteriores e de carácter estruturante da proposta)
Mês de Março
Introdução ao capítulo e ao programa a desenvolver- considerações gerais;
Mês de Abril
Interpretação dos programas e conteúdos temáticos e
desenvolvimentos das propostas- estudo prévio;
Mês de Maio Acompanhamentos
individual e Colectivo
dos trabalhos em curso;
Mês de Junho Acompanhamento
individual -
Apresentação de “Casos”;
Mês de Julho Conclusão do trabalho e apresentação de Dossier para avaliação;
Pontos de situação:
Cap. 1 31 de Março - Ponto de situação e avaliação intermédia
Cap. 2 27 de Abril - Frequências- Ponto de situação e avaliação intermédia
Cap. 3 26 de Maio - Ponto de situação
e avaliação
intermédia
Cap. 4 29 de Junho - Frequências - Ponto de situação e avaliação intermédia
Cap. 5 21 de Julho - Entrega Final do semestre
Momentos de avaliação escritos:
28 de Abril - Frequência Escrita
30 de Junho - Frequência Escrita
Ponto de situação - Data- 31
de Março de 2016 - TRABALHO DE GRUPO- LEVANTAMENTOS
Descrição Escalas Fase
Peças desenhadas- (Dossier com Esquissos de percurso e desenhos finais)
Planta de localização esc.
1/1000 Estudos
Implantação esc.
1/500 Estudos
Perfis do terreno com inclusão da proposta e
volumetrias envolventes esc.
1/200 Estudos
Planta de pavimentos (parcial) esc.
1/200 Estudos
Planta de trabalho- (técnica cotada; Quadro sinóptico) esc.
1/500 Estudos
Maqueta de volumes esc.
1/500 Estudos
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1
(ao alto) Estudos
Ponto de situação - Data- 27 de Abril de 2016 - TRABALHO DE GRUPO- ANÁLISE
Descrição Escalas Fase
Peças desenhadas- (Dossier com Esquissos de percurso e desenhos finais)
Planta de localização esc.
1/1000 Estudos
Implantação esc.
1/500 Estudos
Perfis do terreno com inclusão da proposta e
volumetrias envolventes esc.
1/200 Estudos
Planta de pavimentos (parcial) esc.
1/200 Estudos
Planta de trabalho- (técnica cotada; Quadro sinóptico) esc.
1/500 Estudos
Maqueta de volumes esc.
1/500 Estudos
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1
(ao alto) Estudos
Ponto de situação - Data- 26 de Maio de 2016 – TRABALHO DE GRUPO- PROPOSTAS
Descrição Escalas Fase
Peças desenhadas- (Dossier com Esquissos de percurso e desenhos finais)
Planta de localização esc.
1/1000 Final
Implantação esc.
1/500 Final
Perfis do terreno com inclusão da proposta e
volumetrias envolventes esc.
1/200 Final
Planta de pavimentos (parcial) esc.
1/200 Final
Planta de trabalho- (técnica cotada; Quadro sinóptico) esc.
1/500 Final
Maqueta de volumes esc.
1/500 Final
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1
(ao alto) Final
Ponto de situação - Data- 29 de Junho de 2016 - TRABALHO INDIVIDUAL
Descrição Escalas Fase
Peças desenhadas- (Dossier com Esquissos de percurso e desenhos finais)
Planta de localização esc. 1/1000 Estudos
Implantação esc.
1/500 Estudos
Perfis do terreno com inclusão da proposta e volumetrias
envolventes esc. 1/200 Estudos
Planta de pavimentos (parcial) esc.
1/200 Estudos
Planta de trabalho- (técnica cotada; Quadro sinóptico) esc.
1/500 Estudos
Maqueta de volumes esc.
1/500 Estudos
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1 (ao alto) Estudos
Entrega Final - Data- 21 de
Julho de 2016 -
ENTRAGA FINAL – DOSSIER COMPLETO
Desta entrega resultará uma
avaliação final de semestre como resultado da avaliação anual contínua até
á data
Descrição Escalas Fase
Peças desenhadas- (Dossier com Esquissos de percurso e desenhos finais)
Planta de localização esc.
1/1000 Final
Implantação esc.
1/500 Final
Perfis do terreno com inclusão da proposta e volumetrias
envolventes esc. 1/50 Final
Projecto geral de arquitectura- Plantas; Cortes e
Alçados tipo, 3d, esc. 1/200 Final
Planta de pavimentos (parcial) esc.
1/200 Final
Planta de trabalho- (técnica cotada; Quadro sinóptico) esc.
1/500 Final
Maqueta de volumes esc.
1/500 Final
Painel A1 – (Proposta de intervenção) A1 (ao alto) Final
Peças escritas
Memória descritiva e Justificativa (Estrutura e descrição dos princípios da
intervenção) Final
Maqueta da área de intervenção 1/500 (com alçado)
(painel-formato
digital, pdf enviado por email até dia de entrega, 12:00-
uma.nunooliveira@gmail.com)
3- METODOLOGIA
O aluno desenvolverá um trabalho contínuo de análise,
materialização de uma proposta de grupo com linhas geradoras e de força da intervenção
e uma proposta individual de reorganização do espaço a intervir.
Neste sentido, deverá iniciar um trabalho de levantamento
do espaço, de uma forma sistemática, objectiva e gradual, quer ao nível do
espaço construído, não construído e vivencial.
primeira fase- o contexto do projecto (versos) cidade, numa análise metodológica
sobre o acto de projectar e representar o espaço urbano ao nível do P.P.;
Segunda fase-
espaço de discussão colectiva de todas as propostas, no
sentido de abranger o máximo de conhecimentos sobre os programas escolhidos.
Despoletar a discussão e o trabalho em grupo e colectivamente proporcionar uma
troca de informação e transferência de saberes vem incitar a um bom
relacionamento profissional, ético e pessoal.
terceira fase- uma sistemática apresentação de “casos” e referências que servirão de
amadurecimento do discurso de arquitectura, e representarão um incentivo á
pesquisa, e á qualificação da proposta individual através da referenciação de
casos conhecidos.
A par desta fase e em complemento, o aluno, desenvolverá um contínuo materializar em
entregas intermédias e apresentações parciais do decurso dos trabalhos.
Por fim um período
de compilação, sistematização e materialização de todo o
processo em dossier próprio, e painel de apresentação. Maquetas e outras formas
de representação ou ilustração da proposta serão fornecidas pelo aluno e
avaliadas em sessão aberta a definir.
4-AVALIAÇÃO - critérios de avaliação
Deverá o aluno
atender aos objectivos gerais e específicos consagrados no programa da
disciplina.
De salvaguardar que a assiduidade refere-se á
presença física nas aulas, bem como concreta e objectiva participação e
desempenho durante as mesmas aulas.
O trabalho desenvolvido e constatado no período de
aula é o objecto primeiro para o sistema de avaliação continua.
Os pontos de situação anunciados e constantes no
presente enunciado e seu cumprimento formal, bem como a resposta em
solicitações pontuais, são igualmente fundamentais e imprescindíveis para o
aproveitamento na disciplina.
Critérios de avaliação pontual
O trabalho resultante da prestação e
desenvolvimento do tema, traduzir-se-á numa avaliação qualitativa do trabalho
individual entre A e F, nos diferentes pontos de situação e correspondendo este
critério a notas pessoais do docente.
No final,
5-Bibliografia
Outra bibliografia que o docente entenda no
decorrer das aulas.
6-Anexos
Poderá ser fornecida
informação ao aluno e documentação complementar nos moldes que o regente
entenda oportuno.
O Regente de projecto
(Nuno Oliveira, arquitecto)
Anexo
1
Desenvolvimento -
Orientações para o desenvolvimento do trabalho
(Texto complementar)
Peças desenhadas- (Dossier A1)
O dossier, entenda-se como sendo um conjunto de
informação num determinado formato, optado neste caso pelo docente por -A1, que
resulta de um trabalho contínuo, onde esteja reflectida a evolução do mesmo
e consequentemente do aluno.
Todo o trabalho deve constar dos desenhos
impressos, dos esquissos, dos pensamentos e toda a informação que o aluno tenha
materializado e organizado em formato A1 “ao baixo”. Poderá o aluno em folhas
normalizadas compilar outros formatos, de início do trabalho, mas deverá
servir-se das impressões para evoluir e registar todas as alterações á
proposta.
Desta informação, deve o aluno atender ás relações
iniciais de implantação da proposta com a envolvente, em várias escalas de
trabalho bem como todo o desenvolvimento em plantas, cortes, alçados ou meras e
referências desenhadas.
No final e em resultado da evolução do trabalho, o
estudo da ocupação do território, das condicionantes legais e regulamentares,
resulta em pormenores de execução em esquisso, sinal de uma reflexão da
evolução do conceito do projecto até á sua materialização.
Deverá numa fase anterior á entrega apresentar
propostas de pormenorização sobre as vias estruturantes e secundárias que
organizam e melhor condicionam a proposta.
De uma escala geral da proposta o aluno escolherá
uma parte do mesmo e desenvolverá sucessivamente até ao estudo a 1/200 de um
qualquer espaço edificado. Deverá nesta última fase do trabalho, compilar toda
a informação e comprovar o seu entendimento em registos contínuos. Malhas estruturantes,
plantas, cortes ou outros elementos gráficos, são alguns elementos que se prevê
como ilustradores desta escala de trabalho e o culminar de um percurso desde os
estudos preliminares ao projecto de execução da escala urbana.
Peças escritas
Uma memória descritiva e Justificativa deverá
começar por descrever física e
volumetricamente a proposta, mas não esquecendo a coerente justificação de
todo o processo. Deverá a mesma ser acompanhada
por imagens que ilustrem de uma forma clara o discurso. Imagens do local e
da envolvente, fotos de maquetas, imagens de referência, perfis e ângulos na
escala humana e urbana que permitam o melhor entendimento da proposta e
principalmente na relação do indivíduo ao espaço urbano.
Um conceito, uma
ideia ou um conjunto de ideias que foram sendo registadas ao longo do processo, ilustradas por desenhos de percurso, e concluindo a mesma memória num pequeno caderno de encargos descritivo
sobre, “O conceito de cidade”.
Não esquecer a
abordagem a questões técnicas como redes ou subsistemas
como electricidade, rede hidráulica ou
outra.
De salientar que em todo o discurso e na sequência das matérias
apreendidas, o aluno deverá explicar a
relação da proposta com as condicionantes programáticas, a relação da mesma com
o seu contexto. O ambiente, o clima, a exposição solar ou até os materiais
utilizados, sejam estruturais ou de revestimento, sempre numa perspectiva de entendimento
e relação da proposta com o contexto.
A escolha de paramentos ou pavimentos, pode ser
variada para desmontar os conhecimentos adquiridos, ainda que a opção seja uma
apenas, mas demonstre por comparação o entendimento do processo e material
escolhido.
Maqueta
Uma maqueta de estudo não é mais do que uma forma
de entender volumetricamente e espacialmente o estudo e a proposta. Na escala
de trabalho a 1/500 deverá atender ás
relações com o “sítio”- a envolvente directa ou em determinados casos
recorrendo ao sky-line, condicionantes espaciais mais alargadas, sendo que a mesma, deve ser
claramente reflexo desse estudo. Para esta escala, qualquer material, seja leve
e fácil de trabalhar serve o propósito.
Nesta segunda maqueta de proposta final deverá então
ter atenção ás aberturas, proporção e expressão volumétrica e dos materiais
utilizados. Deverá usar para este caso, Kline, ou placas de “esferovite”,
cartão ou outro mas que possibilite a percepção do ritmo de aberturas, relação
volumétrica dos vários pisos e corpos, e principalmente a relação do objecto
com a escala humana.
Peças desenhadas- (Painel A1)
Numa perspectiva de materializar e sistematizar os
conhecimentos adquiridos, um trabalho de final de curso requer um especial
cuidado na apresentação e síntese da proposta. A capacidade do aluno em
desenvolver uma proposta mas igualmente apresentar, justificar, e argumentar
com um discurso seu, coerente e organizado faz parte dos objectivos pedagógicos
e académicos.
Igualmente numa perspectiva de levar a um
conhecimento público o produto do ensino que se pretende de qualidade,
organizamos várias sessões de apresentação das propostas em avaliação contínua,
em aulas informais e será o mesmo trabalho apresentado em formato final em
sessão própria e formal.
Assim, pretende-se a apresentação de um painel, como
resumo do trabalho e sendo fornecida uma minuta de orientação com rosto em que
o aluno por sua escolha e decisão organiza o conteúdo. A capacidade de síntese,
bem como a qualidade e conteúdo do trabalho e produto final, será a última
apreciação a resultar num avaliação anual.
Dois painéis são o sugerido para apresentação
da proposta.
O primeiro, um resumo com a identificação da
intervenção, localização e implantação traçam os primeiros riscos, esboços, linhas
geradores e orientadoras do trabalho. Uma ou outra imagem da referência ou de
uma representação expressiva das linhas de força da proposta. Cheios/vazios;
massa construída/ arruamentos; espaço público ou espaço privado, entre outras
formas de representação.
Planta, corte e alçado a uma escala 1/2000 a 1/500,
um ou outro pormenor ou esquisso, fotos de referências, ou outros elementos
resumem e servem de base para uma apresentação e exposição oral da proposta.
Um segundo painel, pretende materializar a uma
escala superior os estudos efectuados. A uma escala de execução do plano-1/1000
e partes representadas a 1/500 ou superior, justificam e exemplificam a
possível execução e materialização da proposta. Perfis de arruamentos e relação
da escala humana com o edificado, são elementos fundamentais para compreender a
proposta. Não deverá ser no entanto esquecida a componente de síntese, onde
parágrafos, “palavras chave”, ou identificação, ilustram cada peça.
Na perspectiva de articulação com a disciplina de Construções
III, o trabalho é desenvolvido a par desta, sendo abordados temas como redes ou
aspectos técnicos, regulamentares, com hidráulica, deverá o aluno fazer
referência a estes aspectos.
O Regente de projecto:
(Nuno Oliveira, arquitecto)
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