janeiro 24, 2010

Preparação para SISTEMAS, Janeiro 2010

Estrutura de frequência

Serão incluídos na frequência apenas 3 dos temas de seguida descriminados
Exercício (7 valores)
História e evolução dos sistemas construtivos
Exercício (7 valores)
Características de um sistema construtivo ou material de construção
Exercício (7 valores)
Comportamentos e fenómenos
Exercício (7 valores)
Caso prático
Exercício (6 valores)
Breve resumo do trabalho teórico desenvolvido


Perguntas tipo
História e evolução dos sistemas construtivos
A época medieval teve um contributo precioso para a percepção dos sistemas construtivos que lhe sucederam. A matéria-prima, o sistema de construção e ferramentas utilizadas traduziu na sua arquitectura, na forma, no desenho, na função, na sequência dos espaços uma importância inquestionável. O sistema defensivo, a muralha, a alvenaria cruzada e travada, o cunhal entre outros aspectos, manteve a sua evolução e persiste na nossa actual e presente arquitectura e desenho. A lógica do pivô, da dobradiça, o fecho ou outros pormenores são de extrema importância na sua simplicidade e desenho que ainda inspiram o desenho de pormenor actual dos arquitectos.
Desenvolvimento
Procura-se que neste tipo de perguntas, o aluno desenvolva sobre o tema, e este, não se limita a um título mas sim, num parágrafo, conduzir a própria resposta do aluno.
A época medieval, neste caso concreto teve de facto um contexto, uma continuidade dos processos e métodos de construção que herdamos quer da cultura romana, quer da cultura nórdica. Por outro lado adquiriu características próprias, pelo ambiente geográfico, pelas características morfológicas do terreno, pela matéria-prima acessível, pelos transportes e uma vez mais a passibilidade de manobrar a matéria-prima; pela condição económica e social. Por factores até religiosos - veja-se o exemplo da grande expansão das ordens ao longo do território europeu e sua importância na organização da urbe, estratificação social etc- por inúmeros factores até por vezes imprevistos como guerras ou catástrofes.
Esta inúmera lista de condicionantes de uma forma clara e imediata, directa e implícita, ou indirecta, subtil, condicionadora de outros factores, marcaram a arquitectura, o desenho, a forma, até a substituição de ferramentas para melhor adaptação ao material local.
Se pensarmos, nas características de uma arquitectura tão diferente entre o Norte e Sul de Portugal, num território tão pequeno, encontramos estas marcas e estas inter-relações cruzadas de vários factores que condicionaram a sua materialização.
Uma arquitectura gótica ou Românica movimentos verticais de invasões que moldaram o território durante séculos, matéria-prima entre calcário e granito, ou experiencias de escolas de cantaria com uso de ferramentas e formas de trabalhos tão diferentes associadas a, de facto, influências estilísticas, levam a encontrar essas diferenças entre as arquitecturas citadas mas numa visão agora mais alargada e manos balizada num simples enunciar de características formais como se tratassem apenas de opções estilísticas.
O sistema defensivo, as experiencias de guerras, a invenção de ferramentas e outros instrumentos que vão evoluindo, levam a um mesmo evoluir do desenho da própria arquitectura.
Por fim um pormenor de uma fechadura associada uma vez mais ao material, á dificuldade de o trabalhar, á simples resposta de um requisito, ou o cumprimento de uma função sem entrar na equação, alguma componente estética, levam á percepção da sua elementaridade e da sua singularidade. Hoje uma porta pivotante, um simples contra-ventamento numa qualquer estrutura industrial, em cabo tencionado de aço, lembra mas remetes-nos imediatamente ao cumprimento meramente comportamental de uma cerca ou de uma asna de madeira, ou de um travamento de um portal de madeira de um qualquer mosteiro.
(o que se pretende do aluno)
Ou outro raciocínio paralelo que demonstre um entendimento do material, do comportamento, da lógica da sua execução e quem sabe num discurso mais amplo e desenvolvido uma sequencia e tradição, uma origem ou antecedente de um pormenor ou característica arquitectónica e uma qualquer reinterpretação do mesmo, com materiais novamente utilizados.
Uma abobadilha cerâmica (versos) ponte romana.
Características de um sistema construtivo
Uma estrutura de cobertura cumpre a sua função se resiste aos esforços que lhe são solicitados. Cumpre a sua função quando é complementada com outros pequenos elementos, eles também cumprindo a sua própria função e num todo articulado, se tornam num sistema que responde a um requisito simples como: receber a água da chuva, conduzir e expelir a mesma de preferência para que com ventos forte não retome o sentido ou escorra pela parede resolvendo um problema mas importando outros e pela distância não respinga nem ressalta para o rodapé de uma parede.
Se se tratar de uma simples asna de madeira, ela própria composta por peças que se complementam; a linha e a perna, o pendural e as cintas. A ripe onde assenta a telha e o cachorro onde avançando ao paramento recebe as cargas pontuais, (…) tudo se interliga e se condiciona. A inclinação, a cumeeira, o beiral ou um laró. A exposição de uma água a Norte ou a sul. Um forro de sótão ou uma janela perdida num vão de telhado, são inúmeros exemplos de sistemas compostos que se divididos em peças soltas não tem significado mas ganham todo, quando articulados, cumprem todos a sua função e o seu propósito.
Pretende-se que o aluno, em volta de uma parede de pedra, e/ou uma parede de betão entenda a sua composição, o seu desempenho e comportamento, a sua decomposição em partes, as suas implicações a nível térmico e acústico, a relação entre este material e sistema ou outros por oposição ou semelhança.
Um pormenor construtivo composto ou simples, podendo ser uma simples entrega horizontal e vertical. Um capitel em sistema construtivo clássico, ou histórico (antiguidade clássica e antiguidade histórica), (egípcio ou romano) e por fim uma abobadilha ou um capitel em sistema alveolar.
Uma parede de dobe, de tabique ou de gesso cartonado. Ou simplesmente uma sapata em vários processos construtivos.
Comportamentos e fenómenos
Como sabemos, a nossa reacção por vezes é intuitiva, é inconsciente. Temos frio e sentimos calor. Viramos as costas ao frio para não apanhar uma brisa matinal na cara ou evitamos uma simples poça de água. Levantamos as calças, encolhemos os ombros. Olhamos ao sol, inspiramos um cheiro, sentimos que o que nos rodeia é diferente ou identificamos a nossa cultura. Viajamos. Vemos arquitecturas maiores, mais elevadas, mais regionais, mais vernaculares, mais eruditas. Mais altas e mais baixas. Com materiais parecidos ou desconhecidos. Que parecem não ter lógica e função ou que tão simples e redutores que nos parecem perfeitos.
(…) Todo o material se comporta, reage, tem força ou deforma.
Uma tábua, ou uma barra de ferro, uma viga armada ou um tubo de aço inox.
Ainda, um espelho embaciado ou um rolo de papel higiénico. Uma roupa molhada ou uma bota de borracha. Exemplos tão simples que nos ensinam fenómenos e comportamentos como capilaridade, condensação, evaporação, torção e flexão…
Um esforço de uma viga e o comportamento da armadura, Um piso radiante com acabamento em soalho envernizado, o aumento do nível freático ou a colocação de uma simples moradia numa linha de festo ou de água, são raciocínios e reflexões que importam neste tipo de questões, sempre traduzindo estas experiencias pessoais e reacções compreendidas no nosso quotidiano nos materiais e processos construtivos que desenhamos.
Caso prático
Neste caso simples será, a leitura e interpretação de uma imagem ou de um pormenor fornecido.
Uma citação de um caso citado na aula ou uma imagem que recorde um tema.
Espera-se uma clara resposta sobre temas ilustrados ou exemplificados no decorrer das aulas.
Breve resumo do trabalho teórico desenvolvido
Por fim, deverá o aluno num breve e organizado resumo ilustrar e complementar o trabalho desenvolvido sobre o tema escolhido.
Deverá em tópicos resumir o tema e em parágrafos curtos ilustrar o trabalho e pesquisa efectuada.
O Regente:
(Nuno Oliveira, Arquitecto)

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